quinta-feira, julho 31

LA MSS fora da Volta a Portugal!!

Soube ontem da decisão da PAD em não convidar a LA MSS para a Volta a Portugal, compreendo e respeito a decisão. Com cinco corredores supensos e mais quatro pessoas suspeitas de envolvimentos em doping, acho que pelo bom nome do ciclismo português é a decisão mais correcta. O ciclismo tem sido devastado com escandâlos de doping e todas as medidas preventivas têm que ser feitas, neste ano já houve muitas polémicas como o caso da Astana fora do Tour. Recordo que foi suspensa porque nos últimos dois anos tinha sido alvo de vários casos de doping denegrindo assim a imagem da corrida francesa, uma razão muito menos grave que esta da LA MSS, no meu ponto de vista. Neste caso era de esperar, como ficaria a imagem da Volta a Portugal se algum desses fosse posteriormente considerado culpado, seria uma Volta sempre ensobrada pelo suspeita da LA MSS e mesmo se ganhassem, a sua vitória estaria sempre envolta em desconfiança. Fala-se que a medida não é muito coerente pois a Barloworld e a Scott-American Beef, ambas manchadas com casos recentes no Tour foram convidadas. No entanto ambas despediram os seus corredores, logo estes não irão estar presentes na corrida portuguesa. Nessa lógica a CSF Group Navigare também não poderia ir, já que teve este ano um corredor acusando positivo.

No entanto não posso compreender esta longa suspensão, se bem me lembro este caso começou a meio de Maio e já se passaram dois meses e meio onde praticamente não houve avanço. Pelo menos não se sabe nada sobre o progresso da investigação, a única evidência é o facto de a Federação fazer os máximos esforços para que a LA MSS não compita. E aqui entramos na especulação, muitos acreditam que a LA MSS está inocente, outros não, mas a verdade é que infelizmente esta suspeita faz com que a equipa perca a liberdade de poder correr em Portugal. Mais uma vez os suspeitos são marginalizados e as suas carreiras mesmo que venham a ser ilibados, aparentam já estar assombradas. Muitos acreditam numa cabala contra a LA MSS, outros apenas na incompetência dos orgãos responsáveis pelo tratamento da investigação, portanto a única solução é esclarecer este caso o mais rápido possível e tim tim por tim tim.


Jogo Sempre na Roda - especial Tour de France

Resultados finais.

O vencedor foi a equipa Alentejanos. Fica aqui o top5.

1º Alentejanos com 1325 pontos
2º Agrobikers com 1160 pontos
3º The Bike Rockers com 1045 pontos
4º R-Team com 1035 pontos
5º Pedro Alves e Allez Menchov ambas com 1025 pontos

segunda-feira, julho 28

A tão esperada vitória de Carlos Sastre e da Team CSC - Saxo Bank.

Gert Steegmans lá conseguiu fazer esquecer por momentos a má prestação da Quick-Step neste Tour.

Aquela camera de filmar que movia-se paralelamente à trajectória dos corredores dá-nos uma muito maior noção da velocidade dos sprinters, e também da quebra do belga nos últimos 20 metros em relação a Ciolek, o 2º classificado.

Schumacher lá fez outro impressionante contra-relógio!! Cancellara deve estar a pensar como será nos Jogos Olímpicos, ao menos irá haver um certo suspense para ver quem será o vencedor.


Que grande Tour por parte de Bernard Kohl, aliás por parte da Gerolsteiner, sinceramente não previa grandes coisas para esta equipa antes do Tour, mas foi sem dúvida das melhores, camisola da montanha, o lugar mais baixo do pódio em Paris e ainda duas etapas, agora só falta mesmo um novo patrocinador. (não deve faltar muito)


Na minha opinião foi um dos melhores Tour dos últimos anos, muitos ataques, constantes mudanças da amarela, muitas fugas bem sucedidas e até sprints algo peculiares. Foi um Tour onde talvez o mais forte não ganhou, mas sim o mais inteligente que conseguiu explorar os seus pontos mais fortes e disfarçar os fracos. Carlos Sastre antes da última semana passou bem discreto, esperou pelo momento onde tinha que desferir a ferida, e fê-lo com precisão. O principal favorito Cadel Evans onde muitos apontava-no como vencedor (eu), bastou um ataque para o deitar por terra: foi no Alpe d’Huez onde tudo se decidiu. Carlos Sastre sem nada a perder e depois de uma longa carreira muito regular mas sem nenhum brilhante vitória, vestiu o papel de líder e representou individualmente a força da sua equipa. Nunca pensei que ele conseguisse a vantagem que lhe permitiu defender-se no crono, nunca pensei que....a verdade é que foi o vencedor e muito justamente. Ao fim de muitos anos a tentar, e de já muitos o arredarem do título, este ano conseguiu.


O que será que afectou Cadel Evans no crono final? Muitos dizem que foi somente a fadiga, contudo este é bastante conceituado em contra-relógios especialmente depois de um longo período de exaustão. Houve várias razões para que o Alpe d’Huez tivesse sido o seu esgotamento, antes teve a uma dolorosa queda o que deita sempre a moral a baixo como também a falta de ajuda por parte da sua equipa. Na tal subida o australiano depois de responder a vários ataques dos Schleck teve que impôr rédia curta no grupo fazendo a sua crono-escalada até ao topo. O problema é que em provas como o Tour há pouca margem para esforços inúteis, e isso Sastre ao longo de 8 anos entendeu, Evans pelo contrário em cada montanha que passou foi um dos que mais se esforçou para conter os adversários.


No entanto nada disto seria possível caso o espanhol não pertencesse à Team CSC-Saxo Bank. Ao contrário de Evans (nem mesmo Popovych!!) Sastre teve sempre o apoio da sua equipa. Esta que começou por destronar os adversários mais frágeis para no fim só ficar um, e aí coube ao seu líder. Riis afirmou há dias que tanto Schleck como Sastre precisavam de 3 minutos para Cadel Evans no último crono final para vencer o Tour de France, e eu concordei. É provável que Riis tivesse a fazer bluf ou talvez não esperava este resultado, mas a verdade é que o historial e mesmo a época do espanhol apontava para essa perda de tempo. Muitos dos seus companheiros abdicaram dos seus objectivos (Arvesen teve a oportunidade de vencer uma etapa), para dedicarem-se à equipa, ao espanhol. Voigt não o vimos a atacar, Cancellara sacrificou o contra-relógio ao trabalhar arduamente nos dois dias antes (muito intensos), O’Grady que podia discutir um ou outro sprint também não apareceu, e finalmente os irmãos Schleck, Andy que era bem capaz de ganhar no Alpe d’Huez assim como o seu irmão...


Foi assim um Tour perfeito para Carlos Sastre e para a Team CSC-Saxo Bank. Camisola Amarela, Branca, uma vitória de etapa e vencedora da classificação por Equipas. “Doesn't get much better than that?!” (frase habitual de Voigt)




Rafael Nadal venceu o Wimbledon e o Rolland Garros, Espanha a venceu o Campeonato da Europa de Futebol e de Hoquei Patins, Javier Gomez foi Campeão do Mundo de Triatlo. Depois de Alberto Contador vencer o Giro, agora Carlos Sastre vence o Tour, será que este ano ainda pode ser melhor para a Espanha? Sim, provavelmente na Vuelta iremos ter outro vencedor espanhol... já existiu alguma época na história do ciclismo cujo os vitoriosos das três Grandes Voltas fossem todos de nacionalidade espanhola?duvido, mas desconheço...

sábado, julho 26

1 minuto e 35 segundos

Este é o tempo que Evans terá que fazer a menos que Sastre para se tornar o primeiro australiano a vencer o Tour de France. Será que consegue fazer?

Eu acredito que sim...

Recomendo dois links para confirmarem a vossa aposta.

Chris Chimarchel diz que o contra-relógio poderá ser favorável a Sastre já que não é completamente plano.

Chris do Podiumcafe fez a média dos últimos contra-relógios onde Sastre e Evans participaram, e o australiano ganha por 1.35!! É verdade, por um segundo!!

Fica aqui a lista do top 6 antes do crono, como ficará o top5 no final?

1 Carlos Sastre Candil (Spa) Team CSC - Saxo Bank 82.54.36

2 Frank Schleck (Lux) Team CSC - Saxo Bank 1.24

3 Bernhard Kohl (Aut) Gerolsteiner 1.33

4 Cadel Evans (Aus) Silence - Lotto 1.34

5 Denis Menchov (Rus) Rabobank 2.39

6 Christian Vande Velde (USA) Team Garmin-Chipotle p/b H30 4.41

Esta é a minha aposta:

1º Cadel Evans
2º Carlos Sastre
3º Denis Menchov
4º Bernard Kohl
5º Christian Vandevelde

sexta-feira, julho 25

Oscar Freire com a Camisola Verde quase garantida!!

Tive pena de Carlos Barredo, ambos mereciam vencer pois trabalharam em conjunto para obterem uma vantagem que até foi excessiva pois os desentendimentos começaram logo nos últimos 8km. Mas por outro lado foi merecido para Marcus Burghardt (Columbia), o jovem alemão foi um dos protagonistas do ano passado nas clássicas mas para minha tristeza este ano esteve ausente devido a lesão, só há pouco tempo recomeçou a correr e está de volta às vitórias!! Ontem era esperado uma fuga como tal aconteceu, no entanto hoje é pouco provável que isso aconteça; sem Cavendish o principal favorito é Oscar Freire.

Apesar de apenas uma vitória na 14ª etapa o tri-campeão do mundo está prestes a ser o primeiro espanhol a acabar o Tour de Verde, no etanto já se queixou que em Espanha poucos dão importância a este feito, até ele daria mais valor a uma vitória no Campeonato do Mundo ou nos Jogos Olímpicos.






A 49 pontos do espanhol e em 2º lugar está Thor Hushovd, no 3ºlugar encontra-se Erik Zabel com menos 4 pontos que o corredor da Credit Agricole. Só mesmo um azar ao espanhol para que perca a sua camisola já que só lhes resta duas etapas para os sprinters, e nestas a vitória dá 35 pontos.

No domingo espera-se mais uma batalha nos Campos Elíseos:

Zabel, Freire, Steegmans, Ciolek, Hushovd, McEwen ou mesmo Cancellara pregue uma partida aos sprinters?! Participem na votação ao lado..


Bobby Julich fala da vitória de Sastre.

Relembro mais uma vez os textos de Chris Carmichael no PEZ, vale mesmo a pena ler.

quinta-feira, julho 24

A Team CSC-Saxo Bank fez o que tinha que fazer e Carlos Sastre é o novo líder.

A última oportunidade da equipa de Bjarne Riis e não a desperdiçou, apesar de não ter sido perfeito, melhor era quase impossível. Sastre deu tudo o que tinha atacando bem forte logo no início da corrida e até Menchov tentou ir com ele, mas não teve pernas passando por maus momentos depois. Entretanto no grupo de Cadel Evans os irmãos Schleck iam fazendo estragos, era claro que eles não queriam sair de perto de Evans, estavam apenas lá para ir atacando de vez em quando e assim quebrar o ritmo constante do grupo, graças a isso Menchov e outros conseguiram recolar. Só a meio da corrida é que Evans e Kohl entenderam e tentaram manter o ritmo o mais constante possível. Depois foi a vez da AG2r também comandar o grupo e já no fim foi o usual salve-se quem poder.


Será que 1.34min é suficiente?


Era isto que a equipa dinamarquesa tinha que fazer, sacrificar um dos dois (Sastre ou Schleck) e tentar ganhar o mais tempo possível a Evans. Um minuto e 34 segundos é a vantagem de Sastre em relação a Evans, no último ano o australiano ganhou 2.33 a Sastre no crono final, no entanto este penso que não seja tão plano, tem algumas subidas e descidas. Mesmo assim prevejo que ainda não é desta que Riis conquista o Tour de France como director desportivo. (Irá ter que esperar pelo amadurecimento de Andy Schleck!!)



Olhei agora para a segunda parte do top 10 e está bastante diferente de há uma semana atrás, antes dos Alpes.


7 Alejandro Valverde Belmonte (Spa) Caisse d'Epargne 5.35

Aquele dia do Hautacam estragou-lhe o Tour, perdeu 3 minutos e ainda o mau contra-relógio na quarta etapa. Nos dias restantes inclusive ontem, vimo-lo com os favoritos na montanha mas para quem se assumia favorito ao título, é mais um objectivo frustrado...

Reentrou no top10- Na 15ª etapa, na subida ao Prato Nevoso.

Irá sofrer no crono para aguentar os 17 segundos de vantagem que tem para o seu compatriota Sammy Sanchez, calculo que seja ultrapassado na geral...


8 Samuel Sanchez Gonzalez (Spa) Euskaltel - Euskadi 5.52

Ontem acabou em 2º e nos Alpes o seu rendimento melhorou bastante. À semelhança de Valverde teve o seu dia mau no Hautacam, e também temos o visto na frente.

Entrou no top10- Na 15ª etapa, na subida ao Prato Nevoso.


9 Tadej Valjavec (Slo) AG2R La Mondiale 8.10

O trepador esloveno também tem melhorado tal como os anteriores, acabou no 2º grupo na subida do Hautacam a 3 minutos dos favoritos e ainda perdeu 2 minutos no contra-relógio.

Entrou no top10- Na 16ª etapa depois de ter participado na fuga que deu a vitória a Cyril Dessel.

Vai ser difícil não ser ultrapassado no crono por Kim Kirchen.


10 Vladimir Efimkin (Rus) AG2R La Mondiale 8.24

Até tem acabado várias vezes à frente dos favoritos, no Hautacam atacou no grupo dos favoritos mas no final a sua vantagem não foi muita. Teve o seu pior dia na 16ª etapa (3ª feira) onde perdeu 3 minutos mas ontem acabou a liderar o grupo de Evans.

Entrou no top10- Na 10ª etapa onde Ricardo Riccó foi vencedor, caso este dê positivo na contra-análise, o russo será declarado o vencedor dessa etapa.


11 Kim Kirchen (Lux) Team Columbia 8.35

Como se lembram teve a amarela durante alguns dias perdendo-a no Hautacam. Tem adoptado uma postura de seguir o seu próprio ritmo na alta montanha pois desde cedo reconheceu não estar ao nível dos favoritos. Vai perdendo alguns segundos, até minutos nas etapas mais duras mas mesmo assim ainda pode conseguir acabar no top 10.


Em 12º lugar encontra-se Andy Schleck a 10,15min de Sastre, dificilmente conseguirá entrar no top 10 e mesmo a sua camisola branca ainda não é uma certeza absoluta.


Fotos cedidas por: cyclingview.be

quarta-feira, julho 23

Depois de uma descida final vertiginosa, hoje é mais um dia de ataques por parte da CSC.


Sinceramente esperava um dia de ontem mais calmo sendo bem provável que a fuga tivesse sucesso, não esperava era que alguém perdesse tempo considerável, o que aconteceu.
Parece que o dia de descanso de Christian Vandevelde fez-lhe mal, por vezes acontece pois os corredores perdem o ritmo de dias de sofrimento, e depois para voltarem à mesma sensação demoram algum tempo a habituar-se, prova disso foi o primeiro dia de descanso para Murilo Fischer. Perdeu cerca de 30 segundos na última montanha da etapa e depois ainda caiu na perigosa e longa descida depois do ponto mais alto deste o Tour, o Cime de la Bonnette-Restefond. Esta descida era de doidos, muitas curvas perigosas, algumas das bermas davam para precipícios e foi numa dessas que John Lee-Augustyn teve uma queda espectacular, que grande sorte que este jovem teve pois acabou por não ter nada de grave!! Felizmente travou o suficiente para o seu salto não ser demasiado grande, caso contrário iria a rebolar até lá baixo!!

E mesmo na linha de meta os corredores vieram embalados da descida, imagino se fosse o 2º grupo a sprintar para a vitória, 8 corredores poderia ser muito mais perigoso.

Denis Menchov foi outro que não teve capacidade para seguir os favoritos na descida, o russo perdeu assim mais alguns segundos, 35 ontem + 38 na 3ª etapa quando descolou do 1º grupo, já vai 1 minuto e 13 segundos e ainda há a somar a queda que teve a subir!! É assim que se perde um Tour.

Na minha opinião descer de bicicleta é um dom tal como outros atributos. Um corredor pode treinar mas se não tiver sangue frio não vale a pena aprender a técnica de descida. Na minha experiência eu sempre fui muito mau nessa característica, sempre que havia uma descida e encontrava-me num grupo era fazer os possíveis para não descolar. O à vontade com a bicicleta penso que também é um factor muito importante, normalmente os meus amigos que desciam muito bem eram peritos em sacar cavalos e outras acrobacias. Eu nunca tive jeito para isso, nunca fui muito habilidoso em cima da bicicleta, gosto bastante da velocidade mas quando chega a altura daquelas curvas perigosas nunca tive sangue frio para fazé-las no limite, mesmo assim já tive algumas peripécias arriscando-me demasiado, mas acho que isso já aconteceu com todas as pessoas que pedalam na estrada. Fazer curvas passando para a outra faixa da estrada, razando carros, mas nunca atingi velocidades como as que os corredores atingiram ontem!!!

Bobby Julich contesta a descida de ontem, um verdadeiro perigo!(leiam depois o último grande parágrafo sobre a sua primeira vez no Alpe d’Huez.)


Andy Schleck irá hoje liderar o grupo de favoritos envergando a maillot blanc.


Depois deste à parte voltemos ao Tour de France. A luta pela camisola branca está cada vez mais renhida, há dias mencionei que estava destinada à Liquigás no entanto Andy Schleck tem feito um trabalho incrível e ganhou terreno nas últimas das etapas sendo agora o novo camisola branca por escassos segundos. Pelo contrário Vicenzo Nibali não tem tido pernas para aguentar os homens da frente, sofreu uma queda no domingo acabando no grupo atrás dos favoritos. Ontem tanto Kreuzigar como Nibali também perderam tempo para Andy, o irmão do camisola amarela já provou que é o melhor trepador entre os três, contudo no contra-relógio terá muita dificuldade em igualar os dois da equipa italiana.

Hoje é o etapa rainha, a última de montanha e só de olhar para o perfil até assusta!! Duzentos e dez quilómetros passando pelo Col du Galibrier, Col de La Croix de Fer e finalmente o mítico Alpe d’Huez, serão 67km a subir. Hoje não é para brincadeiras, quem tiver um dia mau ou apenas não ter pernas, é o suficiente para perder alguns minutos. Será mais um dia decisivo onde a CSC irá ter que atacar, o Alpe d’Huez irá fazer estragos isso é certo, resta saber a quem?

1 Andy Schleck (Lux) Team CSC - Saxo Bank 68.39.17

2 Vincenzo Nibali (Ita) Liquigas 0.06

3 Roman Kreuziger (Cze) Liquigas 0.50

4 Maxime Monfort (Bel) Cofidis - Le Crédit par Téléphone 2.18


Alguns links sobre a etapa de hoje.

Podem ver algumas imagens tiradas do Goole Earth da etapa de hoje. Vale mesmo a pena ver.
Neste link também tem uma foto da lápide na 14ª curva que comemora a sua vitória em 1979, mas é a 17ª curva desta série famosa , que tem o nome de Joaquim Agostinho.

As últimas vezes que o Alpe d’Huez decidiu a vitória no Tour de France.


Jogo Sempre na Roda - especial Volta à França.

Actualização feita até à 16ª etapa.

Top 5
Alentejanos - 440 pts
Pedro Alves - 435pts
CC Ermesinde - 400pts
FC Porto - 390 pts
Guima Bike - 360pts


Foto cedida por: cyclingview.be

terça-feira, julho 22

Alguns links sobre a Volta à França.

Bobby Julich conta fala sobre a última etapa.

A despedida de Mark Cavendish, já prevê o seu futuro enquanto corredor (muito ambicioso)

A carreira de Christian Vandevelde.

Alguns vídeos com entrevistas a Cadel Evans.

A energia dispendida de Dany Pate na 7ª etapa, inclui gráficos. (Maglia Rosa)
Podem ver o ritmo cardíaco online de alguns corredores durante as etapas. (Maglia Rosa)


Volta a Portugal do Futuro.
(Ciclismo Digital)

segunda-feira, julho 21

Um dia muito intenso na primeira etapa dos Alpes!!

Bernhard Kohl (7 seg), Cadel Evans (8 seg), Denis Menchov (38 seg), Christian VandeVelde (39 seg) e Carlos Sastre Candil (49 seg), todos a menos de um minuto do novo camisola amarela, o campeão luxemburguês Frank Schleck.

Estes são os 6 eleitos para discutir a vitória, uns desejam-na, outros já se sentem satisfeitos só por estar neste lote. Irei tentar classificá-los segundo a sua capacidade na montanha, no que vi hoje, nos Pirinéus e ainda do historial do corredor. Sei que o desempenho dos corredores hoje pode não demonstrar o que se irá ver nos próximos dias, já aconteceu bastante vezes um corredor estar bastante bem num dia, devido ao percurso, temperatura, ou simplesmente num dia sim, e no dia seguinte ter o um desempenho que deite abaixo tudo o que fez no Tour.

Irei também tentar classificá-los no contra-relógio de 53km mas chamo a atenção para o factor motivação, o facto de envergar a camisola amarela nessa altura, poderá ser decisivo.


Conseguiu ontem a amarela mas ainda faltam os 3 minutos para o contra-relógio que Bjarne Riis mencionou?


Frank Schleck (Team CSC – Saxo Bank): O sonho foi alcançado mas penso que não por muito tempo, talvez consiga manter na próxima etapa, mas no Alpe d’Huez dificilmente resistirá ao endiabrado Bernardh Kohl. Uma boa jogada da parte da equipa dinamarquesa já que vendo bem, com ou sem a amarela terá sempre que assumir as despesas da corrida pois aí está o seu maior trunfo.

Montanha 4
Contra-Relógio 2.5

Nível de Satisfação: Chegando a este patamar o luxemburguês sonha com o título, mas no top-3 já ficaria bastante satisfeito.

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Bernhard Kohl (Gerolsteineir): É bem capaz de ainda conseguir a amarela nos próximos dias, tem demonstrado ser o mais forte na montanha e prova disso é ser o novo camisola dessa classificação. Aquela cabeça faz-nos lembrar a do espanhol Mancebo nos seus tempos de ouro, mas ao contrário deste, o austríaco pedala constantemente em pé e sempre muito agressivo. Uma bela surpresa e mais um inimigo de Evans, a sua inconformidade tem feito mexer a corrida.

Montanha 5
Contra-Relógio 1.5

Nível de Satisfação: top-5 e a camisola da montanha.

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Denis Menchov (Rabobank): Chamado já de Mr. Azarado, apesar disso dia a dia posiciona-se melhor para a vitória final. Preparava-se hoje para um grande ataque mas mais uma vez o azar bateu-lhe à porta. No entanto resistiu muito bem respondendo ao ataque de Sastre mas, quebrou bastante no último quilómetro. Terá que continuar a ser agressivo nas próximas etapas pois os 30 segundos de atraso em relação a Evans, ainda serão muito difíceis de recuperar só no contra-relógio final.

Montanha 4
Contra-Relógio 4.5

Nível de Satisfação: Vencer

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Christian Vandevelde (Team Garmin): A esperança dos americanos lá se aguentou muito bem, tentou ser o mais discreto possível de modo a tentar evitar o “pára-arranca” que constantemente se fazia sentir no grupo dos favoritos. Mais do que todos a mentalidade é aguentar-se cada dia, nunca pensou estar nesta posição antes do Tour e agora apenas pensa nos próximos dois dias da montanha, os seus últimos dois testes já que no contra-relógio tem provas dadas.

Montanha 3.5
Contra-Relógio 3.5

Nível de Satisfação: top-5

Perdeu ontem a amarela mas será que irá recuperá-la?


Cadel Evans (Sillence-Lotto):
Os australianos tiveram motivos para sorrir com a vitória de Simon Gerrans, mas logo a seguir viram o seu predilecto a perder a camisola amarela. Independentemente da liderança ou não, Evans será sempre o principal alvo a abater; CSC - Saxo Bank e Menchov uniram forças no Prato Nevoso e o australiano resistiu o mais que pode, depois não deu mais. Se vermos bem até nem foi uma grande derrota no dia de ontem, perdeu 27 segundos para Menchov, mas com 8 inimigos à volta e abandonando pela sua equipa, seria muito difícil fazer melhor.

Montanha 4
Contra-Relógio 5

Nível de Satisfação: Vencer

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Carlos Sastre (Team CSC – Saxo Bank): O espanhol está finalmente em grande forma, acabou junto com Kohl e só mesmo ontem provou o porquê de liderar os homens de Bjarne Riis. Ao seu estilo foi ele que conseguiu fazer o grande estrago no grupo dos favoritos, talvez seja desta que consiga chegar ao pódio em Paris, ontem mostrou que vontade não lhe falta.

Montanha 4.5
Contra-Relógio 3

Nível de Satisfação: top-3



Kim Kirchen
quando chega às montanhas não faz mais do que se defender, rapidamente larga o grupo de favoritos e impõe o seu próprio ritmo, esta atitude tem dado bons resultados já que encontra-se em 7º pois ainda não teve um dia onde perdeu enorme tempo.


Em relação à luta pela camisola da juventude parece que está destinada à Liquigas; Kreuziger depois de uns Pirinéus aquém das expectativas voltou a juntar ao grupo dos favoritos; Vicenzo Nibali o actual líder desta classificação, acabou ontem no segundo grupo. Andy Schleck com certeza que poderia estar muito melhor classificado se não fosse o excelente trabalho que tem desenvolvido, ontem quase que ofereceu a amarela ao irmão.


Uma das minhas expectativas à entrada para este Tour fracassou hoje, Stijn Devolder (Quick-Step) apesar do ritmo lento no Col Agnel acabou por desistir. Oscar Pereiro que teve uma queda grave e Renshaw e Cavendish desistiram também ontem.


Fotos cedidas por: Capture-the-Peloton

domingo, julho 20

Começam as etapas mais esperadas do ano!!


Chegou a hora da verdade, hoje e os próximos dias serão decisivos para quem está disposto a lutar pela vitória da Volta à França.

Pelo meio dia os corredores entrarão em Itália mas antes de isso ainda enfrentam o Col Agnel. Enquanto Sebastian Lang já deve andar na frente em busca de pontos para a sua camisola, a Silence Lotto irá preocupar-se com a CSC que promete passar ao ataque. Na 10ª etapa a CSC realizou uma importante acção deixando Valverde e Cunego arredados da vitória, Riis mandou os seus homens atacarem na penúltima subida no Tourmalet, e a dupla Voigt e Cancellara encarregou-se de aumentar essa vantagem até à subida final. Amanhã será diferente, principalmente porque a primeira categoria de HC será ainda a 100km da subida até Prato Nevoso. Frank Schleck irá tentar agarrar a amarela é quase certo, Cadel Evans muito possivelmente a cedirá pois andará de olho em Menchov e Sastre. Será também o primeiro grande teste da Silence-Lotto, principalmente de Popovych pois é agora o momento de justificar o seu contrato.

A subida final é de 11,4km com uma média de 6,4%, ela vai sendo mais ingréme à medida que aproxima-se do final.

No entanto amanhã é dia de descanso, e muitos darão o tudo por tudo para vencer a etapa de hoje; Cunego, Nibali e Kreuziger terão a ajuda dos seus tifossi, enquanto que Valverde ou mesmo Pereiro tem uma má imagem para apagar.


Frank Schleck a 1 segundo da amarela, será que é hoje?
Foto cedida por:
John Pierce / PhotoSport International

A Barloworld deixará de patrocinar a equipa no final do Tour!! É uma tristeza como uma acção de uma pessoa irá prejudicar no mínimo uma centena. Este desenrolar só vem confirmar o que mencionei há dias, as pessoas que gerem uma equipa são responsáveis por esta, a ignorância que não sabiam que ele usava doping não é desculpa. Toda a gente sabe que há corredores dopados, é função do director desportivo e dos outros responsáveis pela equipa, zelar pelo não uso de doping nos seus corredores!

Mais desenvolvimentos sobre o caso Moises Duenas...

sábado, julho 19

Gerolsteiner ainda procura patrocinador para a próxima época.


Uma das duas equipas do Pro Tour (Credit Agricóle na mesma situação) que ainda não encontrou patrocinador para a próxima época, a marca de água alemã que desde 1998 patrocina a equipa decidiu retirar-se no fim desta época, alega que não foi devido aos casos de doping no ciclismo.

Este ano a Gerolsteiner teve um bom começo por parte de David Rebellin vencendo o Tour du Haut Var e o Paris-Nice, ambos em França. Depois disso andou algo apagada e até mesmo nas clássicas das Ardenas, um dos seus principais objectivos possuindo para isso vários especialistas (Rebellin, Schumacher, Wegman) foi talvez a época menos positiva sem nenhuma vitória.

Contudo nos últimos tempos parece que as coisas começaram a melhorar novamente; Fabian Wegman conseguiu revalidar o seu título de campeão alemão e novamente em França a vitória de Stefan Schumacher no contra-relógio da 4ª etapa foi uma das supresas desta edição.

Um marco importante pois são a raras as equipas que conseguem vestir a amarela na corrida mais importante do ano, nem que seja só por dois dias. Bernard Kohl está a aparecer novamente encontrado-se na 4ª posição da geral (2º na montanha), enquanto que Sebastian Lang é o novo camisola das bolas vermelhas depois de Riccó ter abandonado a corrida. Esta equipa está a fazer um Tour acima das expectativas, duvido muito que previssem uma prestação tão boa.


Francesco de Bonis obteve a sua primeira vitória pela Gerolsteiner na 4ª etapa do Tour de Romandie.
Foto cedida por: Dot-cycling.


O manager desta equipa, o alemão Hans-Michael Holczer é um homem bastante respeitado e com grande influência no meio. O facto de nunca ter sido um corredor profissional mas sim um professor de história e matemática, (caso raro neste cargo) talvez o tenha diferenciado dos outros fazendo da Gerolsteiner uma equipa útil ao Bom ciclismo.

Apesar de ainda nenhum programa anti-doping interno como a CSC, ou a Garmin-Chipotle, sempre esteve bem implícito na Gerolsteiner um ciclismo limpo, ao contrário da compatriota T-Mobile. Foram poucas as vezes que esta equipa foi relacionada com este problema, mesmo nos anos mais negros do ciclismo lembro-me apenas de Danilo Hondo o seu sprinter de referência, 2º na Milan San Remo de 2005 acusou positivo nesse ano sendo retirado da equipa. Na vaga do ano passado onde muitos admitiram ter usado doping, Christian Henn um dos seus directores desportivos também o admitiu quando ainda corria na T-Mobile. Este ano teve outro problema pois a polícia encontrou caixas de viagra no carro do pai de Andre Molleta, o corredor italiano abandonou o Giro e ainda não voltou a correr.

Antes do Tour o manager anunciou que iria reunir para saber o futuro da equipa, mas até lá ainda não li mais nada. Rebellin, o líder da equipa aguarda pela resposta, caso sobreviva não tem dúvidas que ficará pela Gerolsteiner mais um ano, caso contrário já há rumores que poderá ser mais um reforço da LPR Brakes. A equipa é constiuída maioritariamente por alemães e alguns italianos, será uma grande lacuna se a equipa acabar, muitos irão para a Team Milram que deve estar a pensar restruturar o plantel depois da saída de Petacchi.

Talvez só depois do Tour saberemos mais novidades, com esta boa prestação esperemos por boas notícias.

Jogo Sempre na Roda - especial Volta à França.

Actualização feita até à 13ª etapa. a equipa Guima Bike aproxima-se dos Alentejanos (1º), apenas pontuado com o Mark Cavendish!!

No entanto parece que iremos quebrar a rotina, dificilmente Cavendish conseguirá disputar um sprint já que a segunda parte da etapa é sempre a subir, não muito mas durante muitos quilómetros. Será uma surpresa se Cavendish aguentar, eu apostaria mais em Oscar Freire ou quem sabe Ciolek consiga chegar lá...

sexta-feira, julho 18

No dia mais negro do Tour, a estrela Mark Cavendish volta a brilhar!!

Vídeo do sprint final.

O britânico está imparável, mesmo com apenas 23 anos ninguém tem capacidade de igualá-lo nos últimos 100 metros. Uns atrás dos outros e hoje foi a vez de Steegmans, o belga partiu à frente mas não resistiu à ponta final do britânico.

Estive a rever o sprint e a Quick-Step tentou uma nova abordagem, esperou até ao último quilómetro para liderar o pelotão e levar Steegmans à vitória, o desempenho da equipa foi perfeita, o belga é que não teve à altura. A Quick-Step surpreendeu assim os outros sprinters que seguiam o comboio da Credit-Agricóle, Cavendish era um deles mas percebeu a tempo transitando logo para o comboio da equipa azul. Hushovd demorou mais alguns segundos e ficou logo encurralado passando demasiado tempo exposto ao vento, sem nenhuma proteção; chegada a altura de acelerar já não tinha forças. Cavendish já na roda de Steegmans foi só esperar e desferir o golpe final que sendo tão forte que praticamente deu o 2º lugar a Sebastian Chavanel pois inteligentemente meteu-se na roda do vencedor.


Algo saturado do caso do Riccó informo apenas que o nova substância chamada CERA (Continuous Erythropoiesis Receptor Activator), é um novo produto usado nos tratamentos do cancro e só entrou no mercado comercial este ano. Este novo produto tem uma longevidade muito maior, o dopante não precisa de injectá-lo tantas vezes para produzir o mesmo efeito que os produtos mais antigos. Sabe-se que no Giro ainda não havia processo para detectar este novo produto...



Alguns links sobre o caso.

Para quem quer saber mais sobre EPO, nada melhor que uma visita ao Wikipédia.

Mais um belo texto do David Millar, um ex-dopante:

“If you’re close to giving up on cycling, I can understand that. I almost did after all; but please don’t give up on us. And when I say us, I mean them. Because I am an ex-doper, I have to earn my right to be believed and trusted. But there are many who don’t. They need to be believed in.”

Bobby Julich escreve um texto numa direcção idêntica.



quinta-feira, julho 17

Moises Dueñas Nevado da Barloworld acusa uso de EPO.


Mais um espanhol apanhado nas malhas do doping. Pela primeira vez esta equipa teve um corredor envolvido em algo do género, e mais uma vez a equipa sai ilesa e tenta desmarcar-se do problema do seu corredor. É sempre o mesmo blá blá blá, “nós estamos muito surpreendidos com ele, não esperavamos esta atitude e por isso vamos expulsá-lo da equipa...”

Não estou a acusar a Barloworld de estar directamente relacionada com o uso de doping por parte de Moises Duenas, mas pelo menos ela tem a obrigação de vigiá-lo de modo a que situações destas não aconteçam. É para isso que servem os controlos internos de equipas tais como CSC-Saxo Bank, Garmin, Astana, Columbia onde têm o historial clínico de cada corredor e caso algum valor estranho seja detectado, o corredor em questão será no mínimo interdito de correr até que se encontre a causa. Caso contrário estas situações serão comuns no Tour, corredores que alcançando um sonho que os persegue desde de infância, sentem-se tentados a querer mais recorrendo para isso ao doping. Eu e muitos leitores tivemos ou temos esse sonho, claro que não passa de um sonho mas vendo bem será que vale a pena estar no topo do ciclismo, os corredores sofrem demasiadas pressões para estarem constantemente em evolução, existe ainda directores e médicos que aliciam à prática de doping para depois os corredores serem acusados e consequentemente atirados borda fora. Antes muitos ainda se safavam, mas actualmente com controlos tão rigorosos os dopantes não têm grandes hipóteses e são logo agarrados, depois a contra-análise vem sempre confirmar o veredicto. Conclusão: os laboratórios nunca falham e as equipas saem sempre impunes!!

Sim, porque a Aso ainda ameaçou antes do Tour com uma caução de 100 mil euros, mas a justificação é que como a equipa expulsou o corredor, então teve a atitude certa e não se passa nada...

Muitos podem contestar a atitude da ASO em deixar de fora a Astana, e eu até certo ponto me custa ver os seus corredores de fora, no entanto foi das poucas medidas que puniram não apenas um pessoa isolada, mas uma equipa.

Voltando ainda ao caso de hoje a polícia investigou o quarto do espanhol e encontrou mais indícios de doping (pode ir preso já que em França é crime.). O engraçado é que sempre que há acontecimentos destes há também algumas coincidências curiosas: Félix Cardenas o companheiro de quarto de Moises Duenas abandonou hoje a corrida por problemas no joelho, Paolo Longo Borghini da mesma equipa também desistiu!!

Li também que o médico da equipa andava a fazer teste todos os dias aos corredores mas nunca encontrou nenhum resultado estranho!



Fica aqui este artigo sobre o historial do Director Desportivo da Barloworld, o italiano Claudio Corti parece que nunca foi muito limpo.

Press release da equipa a este ao acontecimento.

Chirstophe Moreau acusa parâmetros anormais no sangue!!

quarta-feira, julho 16

O que se espera dos principais candidatos à vitória da Volta à França 2008?


Ainda falta uns dias para os favoritos começarem a movimentar-se outra vez, as próximas de etapas serão de transição destinadas a fugas e sprints. No entanto vou falar das minhas espectativas em relação aos favoritos:

Um dia de descanso bem merecido...
Foto cedida pelo site oficial da: Silence-Lotto.


Cadel Evans

Se já só faltasse o contra-relógio final o australiano seria o vencedor, contudo ainda tem os Alpes pela frente e dois ossos duros de roer: um sólido Menchov, e uma persistente CSC. A sua equipa não tem estado à altura, Popovich até agora foi inútil e os restantes também pouco se vêem, só mesmo Wim Vansevenant é lembrado algumas vezes na sua tradicional luta pela última posição da geral!!* Numa etapa como a última Evans andou sozinho desde o Tourmalet, acho que nunca vi num Tour um candidato deste nível tão desapoiado. Cadel Evans irá continuar a ter a postura que tem tido, esperar e controlar as principais ameaças, talvez no Alpe d’Huez arrisque. Caso Popovych fosse ainda um candidato à geral (tal como Schleck o é), o australiano teria uma tarefa mais fácil, assim não pode ir em grandes aventuras. É talvez o melhor no contra-relógio destes e a vantagem de 57 segundos para Menchov no contra-relógio final é mais que suficiente. Tem tudo para ganhar.

*Li algures que o truque dele era perder tempo nas etapas planas já que nas de montanha era muito perigoso devido aos tempos limites...


Denis Menchov

O calculista Dennis Menchov apesar do 5º lugar ainda é a principal ameaça ao australiano. A esta hora o russo ainda lamenta os 40 segundos que perdeu, estaria agora a cerca de 20 segundos caso não descolasse na etapa plana. Assim terá que ser Menchov a movimentar-se, é a única alternativa e ele é bem capaz de deixar Evans pelo caminho, veremos. Mais uma a equipa deixa a desejar é a Rabobank, por isso Menchov deverá se apoiar em Evans pelo menos até à última de montanha (Alpe d’Huez). Caso vença o Tour será no crono final, isso é quase dado como garantido.

No entanto li no blog de um treinador da Team Columbia que esta nunca irá ajudar a Rabobank neste Tour.
Na 1ª etapa do Tour de Suisse a Columbia trabalhou a etapa toda para alcançar uma fuga, o que veio a suceder. Mas o vencedor acabou por ser Oscar Freire (Rabobank) apesar da sua equipa ter recusado ajudar na perseguição. Coisas destas não se esquecem facilmente...


Team CSC (Sastre e Frank Schleck)

À equipa dinamarquesa só resta uma solução: ATACAR!! E irão fazê-lo de certeza, pelo menos mais uma vez à semelhança da última etapa. Desta vez os alvos serão todos estes que estão aqui expostos, Vandevelde talvez o mais fácil de ficar para trás. Riis teem agora dois candidatos sérios à vitória, mas será que é desta que a conseguirão?!! Frank Schleck é bem possível que tenha um dia mau, sendo assim Sastre é o homem para a geral, já provou que é muito mais consistente e talvez chegue ao pódio este ano. Depois deste ataque de Schleck é a hora do espanhol passar a acção, a CSC-Saxo Bank estará concentrada em Sastre para este fazer a diferença nos Alpes e é bem capaz de conseguí-lo, Schleck será o plano B. Riis prevê que antes do crono final, ambos (Schleck e Sastre) precisem de 3 minutos de vantagem sobre Evans ou Menchov para poderem vencer o Tour, eu concordo.


Christian Vandevelde

A esta hora Riss anda a pensar “como é que deixei este corredor ir embora?!!”. A verdade é que se fosse o ano passado a CSC teria agora três corredores com possibilidades de vencer a corrida, mas não é o caso. Vandevelde também irá andar um pouco desamparado, principalmente porque a CSC não gostou muito do aceleramento deste no quilómetro final pois fez com que Evans ganhasse a amarela. Vandevelde está com grande pressão em cima, realiza a corrida da vida dele e os americanos estão de olhos postos, na sua equipa Millar será talvez o único que lhe possa dar uma ajudinha, mesmo assim o americano irá andar sozinho nos momentos mais difícieis. O objectivo dele é continuar no pódio, mas até lá ainda tem um longo caminho a percorrer e poucos erros poderá fazer. Um dia mau e a CSC não perdoará, o americano terá o mesmo destino que Valverde e Cunego.


Fica aqui alguns links:

Recomendo a lerem todos os artigo de Bobby Julich deste ano, são excelentes.

O diário de David Millar e Murilo Fischer.

Mark Cavendish comenta a sua longa e penosa caminhada durante a última etapa (foi o último a acabar).

No Veloluso explica-se o fim do Pro Tour.

Os números da 10ª etapa.

O valor dos prémios que as equipas já ganharam.

terça-feira, julho 15

As surpresas positivas deste Tour?!!

À boa maneira de um grande Tour tem havido muitas surpresas positivas assim como algumas desilusões.

Faz parte da competição muitos atletas chegarem ao seu objectivo e qualquer coisa não corre bem: o planeamento do treino, um dia mau ou simplesmente falta de sorte. Pelo contrário outros nunca se sentiram tão fortes, o facto de estarem na mais importante corrida do Mundo eleva ao máximo os seus padrões de motivação e consequentemente o seu desempenho.


O espanhol Moises Dueñas Nevado da Barloworld já tinha mostrado qualidades, mas principalmente ontem arrisco a dizer que realizou a etapa da sua vida. Antes do Tour passou pelo GP CTT Correios e ainda pela Euskal Bizikleta como forma de preparação. Realiza o Tour pela segunda vez e tem estado quase sempre entre os primeiros, na Super Besse acabou nas primeiras posições e só mesmo no contra-relógio perdeu 3 minutos. Hoje esteve quase sempre no grupo dos favoritos durante a subida final e no último quilómetro perdeu 10 segundos para esse grupo. Nas próximas etapas com a ausência de Maurício Soler estará livre para lutar por ele próprio, actualmente encontra-se na 19ª posição a 6.43 minutos de Evans.

Outra agradável supresa foi Bernardh Kohl, uma grande promessa que despertou no Dauphiné Libéré 2006 mas depois disso estagnou um pouco. Ontem voltou a estar entre os melhores acabando em 4º lugar, e se não fosse a sua fraca capacidade de contra-relogista (perdeu 1.47m), seria agora mais uma real ameaça para Evans; encontra-se em 4º lugar a 46 segundos do australiano.

O ex-vencedor da Volta a Portugal Vladimir Efimkim também tem dado nas vistas. Na etapa da segunda vitória de Riccó foi 2º e ontem chegou em 5º. Apesar de ter respondido ao ataque de Schleck e acompanhado o grupo que se formou, o russo não aguentou o ritmo e foi acabar com apenas dez segundos de vantagem para os favoritos.


Será que Ricardo Riccó fará o hattrick neste Tour de France? Participem na votação ao lado...
Foto cedida por: John Pierce / PhotoSport International

Saunier Duval-Scott

Eu poderia destacar Riccó, mas depois do que têm feito e principalmente a vitória da etapa de ontem, toda a equipa merece a destinção. Quando falei da Euskaltel antes do Tour que poderia ser a supresa nestas montanhas, deveria ter falado na Saunier Duvall, mas sinceramente nunca me passou pela cabeça!! De La Fuente tem andado a trabalhar para a camisola da montanha mas hoje perdeu-a para Riccó. O Cobra afirmou que veio da praia para fazer este Tour (um método de treino que tem dado resultados!!) mas está a ser a maior supresa do Tour (ok, o que vem a seguir é talvez a maior). Já com duas vitórias e sinceramente depois de 30km de contra-relógio na frente dando-lhe a 2ª vitória, nunca pensei que no dia seguinte (ontem) conseguisse acompanhar o grupo de favoritos durante toda a etapa. Isto faz-me recordar o Giro, enquanto os favoritos marcavam-se uns ao outros Sella ia vencedo etapas, o “Cobra” é bem capaz de fazer o hattrick. Tal como Sella se não fosse o contra-relógio ele era sem dúvida um forte candidato a vencer o Tour, no entanto para vencer este ano teria que ganhar uma vantagem de pelo menos 4 minutos para Evans ou Menchov antes do contra-relógio final, diria algo impossível. Mesmo Cobo Acebo maravilhou-me, tem tido uma época muito apagada mas ontem Piepoli foi quase o seu condutor, sem o incentivo deste, Cobo Acebo ficaria pelo caminho, afinal é para isto que servem os colegas de equipa?!. Mesmo assim nunca esperei que até este deixa-se para trás Schleck, o espanhol encontra-se bem posicionado na geral, em 8º a 2.10m do primeiro.


Christian Vandevelde é nestes dias o corredor mais falado nos EUA, tem sido sempre um gregário nas equipas por onde passou (Discovery e CSC) mas este ano está realmente a mostar o seu valor. É uma pessoa com bastante sentido de humor e por vezes pode dar a imagem que leva isto na desportiva, no entanto é muito rigoroso e exigente durante os treinos segundo os seus colegas. Ontem aguentou-se bem com os favoritos e mesmo durante alguns ataques não entrou em pânico conseguindo manter-se sempre na roda destes. É forte nos contra-relógios, talvez não tanto com Evans ou Menchov mas não fica muito atrás. É sem dúvida a surpresa da corrida pois encontra-se na 3ª posição, algo que não imaginaria certamente antes do Tour. Contudo na sua equipa não tem ninguém que o possa ajudar numa etapa como a do Alpe d’Huez, vamos lá ver como se aguenta nos Alpes.


Jogo Sempre Na Roda – especial Tour de France

Já sairam os resultados do Jogo Tour de France. A dupla que tem feito sucesso é Valverde e Hushovd, as duas primeiras equipas têm essa dupla.

1º Os Alentejanos com 385 pontos e ainda com Cancellara e Schleck a pontuar.

Em 2º lugar está o FC Porto com 320 pontos.

Em 3º está o CC Ermesinde com 300 pontos com Cadel Evans, Hushovd e Millar a pontuar.

O corredor Ricardo Riccó é o que tem mais pontos (210) e curiosamente só uma equipa é que o escolheu (Pedro Alves).

Em relação à minha por um lado estou arrependido em não ter escolhido Kirchen em vez de Frank Schleck pois estava em dúvida. No entanto parece que Schleck está a despertar agora...

Estou com 235 pontos e a minha sorte foi Dumoulin ter vencido a 3ª etapa!!

Actualizarei dia sim dia não, a partir de agora. Resultados.



segunda-feira, julho 14

Team CSC-Saxo Bank fez o trabalho, Saunier Duval-Scott agradeceu!!


Mais uma etapa que retirou a ilusão de alguns fortes candidatos acabarem de amarelo. Hoje o dia foi o palco de uma magnífica batalha entre talvez as duas melhores equipas do Tour, a CSC-Saxo Bank e a Caisse d’Epargne (e também a SDV ?!!). Imagino Bjarnne Riss a dizer aos seus pupilos na reunião antes da etapa: “Today, is the day to make the difference”.

E foi o que a CSC fez pelo menos para dois grandes favoritos, talvez já não o eram: Cunego e Valverde. Se havia ainda esperanças para estes, hoje foram aniquiladas principalmente por três rapazes: Andy Schleck na longa subida do Tourmalett, e Jens Voigt e Cancellara (que se juntou depois de ter estado em fuga) na aproximação ao Hautcam. Esta equipa é uma autêntica máquina, imagino se Menchov ou Evans fizessem parte desta, seria mais um Tour à La Armstrong...


Team CSC-Saxo Bank mostrou hoje todas as suas cartas...
Foto cedida por:
Caputre-the-peloton.


Mas ainda bem que as suas equipas são bem mais fracas, cada um tem os seus pontos fortes e fraquezas o que faz desta uma corrida muito mais aberta. Carlos Sastre utilizou a sua maior arma no entanto a surpreendente Saunier Duval- Scott acabou por tirar os lucros. Mais um já tradicional corte de meta com dois homens seus a chegarem na frente isolados (Cobo Acebo 2º, Piepoli 1º).

Entretanto mais atrás Frank Schleck quebrou o suficiente para perder a camisola amarela por 1 segundo para Cadel Evans. Fiquei surpreendido por Evans já assumir a amarela, penso que ainda é muito cedo para o australiano pois a sua equipa não é muito forte, seria bom na próxima semana deixar alguém menos perigoso ir numa fuga, para que podesse perder a amarela. No entanto ele ficou bastante comovido na pódio ao vestir a amarela, parece até que churou.

Ainda no grupo dos favoritos, não tenho a certeza mas acho que Sastre chegou a descolar e a recolar no fim (alguém confirma?), Menchov e Evans a marcarem-se um ou outro, e mesmo Vandevelde (que brilhante Tour) chegou a ser considerado perigoso para Evans já que este respondeu ao ataque do americano.

No dia da Bastilha teria que haver um francês a dar nas vistas e mais uma vez viu-se Remy Di Grégorio ao ataque, o primeiro a passar no Tourmalet e ainda chegou isolado à base da subida final. No entanto Jens Voigt pôs na cabeça que só terminava o seu trabalho quando alcançasse o jovem francês...

Kim Kirchen, o ex-camisola amarela apesar de parecer tranquilo antes da subida final, descolou logo no princípio desta e tentou manter o seu próprio ritmo. Coisa que não fez Vicenzo Nibali que ainda esteve durante muito tempo no grupo dos favoritos, mas na parte final perdeu mais de um minuto para estes.

Amanhã é o primeiro dia de descanso, é tempo de muitas equipas reflectirem no que irão fazer pois muitos objectivos já são impossíveis de realizar. Agora só no próximo domingo iremos ter outra etapa de montanha, nesta semana segue-se etapas onde os sprinters tem mais oportunidades. Oscar Freire aproveitou o dia de hoje para vencer dois sprints intermédios e assim roubar a vamisola verde apesar de nenhuma etapa ganha, ainda.


À parte: Parece que a minha referência à falta de uma vitória a Tiago Machado foi correspondida. Ganhou o Troféu Joaquim Agostinho de uma forma bastante inteligente, fico muito contente.

Amanhã saem os primeiros resultados do Jogo Tour de France. Peço desculpa de ser tão tardia, depois serão actualizados diariamente.

domingo, julho 13

Troféu Joaquim Agostinho, um pequeno balanço.


Tenho acompanhado o emocionante Troféu Joaquim Agostinho que tem sido, mas tal foi o meu espanto quando vi o resumo da etapa de ontem. Mais uma vez o pelotão português deixou um desconhecido ficar com a amarela, e obter a primeira vitória da sua carreira. Já na Volta ao Alentejo isto tinha acontecido!! Até parece que as equipas portuguesas tem excedentes de bons resultados e podem andar a desperdiçar...

Sinceramente não vejo outros motivos sem ser sentimentos mesquinhos para que as duas equipas Benfica e Liberty Seguros não colaborassem para acabar com a fuga. Ambas só tinham a ganhar: uma a preservação da amarela (Koldo Gil), outra com Daniel Petrov como o maior candidato a vencer a etapa de ontem.


Depois de um início de época a meio gás, Koldo Gil começa a mostrar as suas qualidades e será sem dúvida uma ajuda preciosa a Héctor Guerra na Volta a Portugal. Nuno Ribeiro regressou às vitórias no mês de Junho sendo o corredor que dominou esse mês ao vencer a Volta a Trás-os-Montes e o GP CTT Correios. Actualmente não corre esta prova, deve encontrar-se a preparar a Volta a Portugal juntamente com Guerra, pois já só falta um mês.

Obteve a sua primeira vitória pela Liberty na 2ª etapa, ascenção ao Montejunto.

Quem também tem estado a recuperar é Candido Barbosa que estará certamente ao máximo na Volta. Realizou uma boa primeira etapa nesta corrida permitindo a vitória ao seu colega de equipa Petrov. Daniel Petrov pelo contrário tem tido uma época muito regular, duas vitórias e quase sempre a rondar o top 10 da geral, ao contrário de outros da sua equipa que aparecerem temporariamente e outros que ainda estão para aparecer.

Pela n-ésima vez esta época Tiago Machado é o jovem da corrida em destaque, é sem dúvida o mais completo jovem português e cujo pontencial é inquestionável. Falta-lhe no entanto uma vitória pois até agora tem tido excelentes resultados, mas sempre a rasar o pódio mais alto. No outro dia vi um resumo da Taça de Portugal e lá vinha ele em 3º depois de Nuno Ribeiro ter atacado para a vitória; nos campeonatos nacionais foi segundo nos dois!! A má sorte anda-lhe a bater à porta...

Amanhã irá ser o tradicional circuito de 98km em Torres Vedras que é bastante acidentado. Não vai ser nada fácil para o Benfica ou para a Liberty recuperar a amarela já que o espanhol Jesus Buendia tem uma vantagem superior a um minuto.

A TorresTV.com tem vários vídeos do Troféu Joaquim Agostinho com o resumo das etapas e entrevistas ao protagonistas. Muitos parabéns, é sem dúvida o melhor meio para divulgar uma excelente corrida que se fosse acompanhada pela tv, haveria muita gente que ficaria surpreendida pela qualidade da competição (à excepção do dia de ontem!!).

Resultados do Troféu Joaquim Agostinho.

Blog do Troféu Joaquim Agostinho.

Em relação à Volta à França, hoje é um dia a não perder, liguem a RTP2 (a partir das 15h) ou a Eurosport conforme o vosso gosto. E acompanhem a primeira etapa de montanha à séria neste Tour. Estou ansioso para ver o que anda a preparar a Team CSC?!!

Destaco aqui um artigo de dois ciclistas portugueses que realizaram esta etapa no passado dia 6 de Julho. Fica aqui a experiência.



Foto cedida por: Ciclismo Digital

sábado, julho 12

Primeira semana dum Tour de France nunca vista, pelo menos para os posteriores a Indurain.


Tem sido uma Volta à França um tanto ou quanto irreconhecível. À semelhança do Giro deste ano nesta primeira semana está a ser espectacular. Não encontro uma etapa que tenha sido aborrecida?! Ok talvez a 5ª etapa, no entanto os últimos 5km foram alucinantes pois o campeão francês só foi alcançado apenas nos últimos 50 metros. Até um sprint destes é raro de acontecer.

Tem havido constantes mudanças de camisolas, bastante corredores a estrearem-se a vencer no Tour, assim como algumas desitências surpreendentes e também alguns decepcionantes desempenhos.

Começando por este último, Damiano Cunego nestas últimas duas etapas tem estado muito mal, no terreno onde deveria estar tranquilo tem ficado para trás. Na etapa da Super-Besse simplesmente não aguentou, ontem teve uma queda mas mesmo assim conseguiu minorar as perdas e acabou no 2º grupo a 27 segundos. Somando os atrasos já está a 2.09m de Kirchen, está bem que é a primeira semana, mas onde o italiano está a pensar recuperar este atraso, Pirinéus, Alpes? Estou para ver...

Bem se diz que os corredores é que fazem a corrida, no entanto este trajecto da primeira semana dá um excelente incentivo ao espectáculo. Ontem por exemplo, mais uma bela etapa semelhante a uma clássica, muitos ataques e tanto a CSC como Caisse d’Epargne a tentar partir o pelotão, parecia que os corredores estavam num esforço de um dia, coisa estranha para a primeira semana de um Tour. Para finalizar o ataque final de Luis León Sanchez, algo que já nos habituámo-nos a ver deste espanhol, simplesmente brilhante.

Na quinta-feira foi a vez Ricardo Riccò fazer das suas, com um terreno á sua medida obteve uma vitória semelhante às que conseguiu no Giro. Sinceramente surprendeu-me, mas já deveria saber que um jovem com o talento natural dele, é capaz de fazer qualquer coisa.
Ainda pensa na tal etapa dos Pirinéus em honra ao seu ídolo, Pantani, gostava também de oferecer uma etapa a Pieopoli, pois deverá ser o seu último Tour de France para o veterano. Este que atacou nesta subida antes dos dois quilómetros infernais, juntamente com Christian Vandevelde da Team Garmin.

Este americano é um corredor que aprecio muito, pouco valorizado mas parece que as suas capacidades evoluiram bastante este ano; formado na US Postal e no último ano correndo pela CSC nunca conseguiu assumir-se, nesta equipa veio para ficar. Ainda é cedo mas confio que é bem capaz de um top 15, quem sabe top 10, veremos nas próximas montanhas mas ele próprio assumiu ontem que vai-se focar na classificação geral.

Pereiro finalmente despertou daquele sono profundo ao ser uma grande ajuda a Valverde, na Super-Besse foi ele quem fez a selecção e mesmo ontem a Caisse d’Epargne foi a equipa mais activa, até a CSC tem sido ofuscada. Andy Schleck fartou-se de reclamar pois teve que parar devido à queda de Schumacher (lembrei-me de quando o Schumacher na última corrida da época, despistou-se e foi contra o carro de Damon Hill. Em meu ver com intenção ganhando assim o campeonato de Fórmula 1).

O alemão Schumacher (Gerolsteiner) ficou surpreendido por não ter aquele “desconto”, que há nas etapas planas quando acontence um acidente a menos de 3km da meta: os corredores acabam com o tempo do pelotão. Se fosse o caso haveria muitos corredores na montanha a atirarem-se ao chão mal atigissem os últimos 3km. No entanto este Schumacher afirma que foi Kim Kirchen (o novo camisola amarela) que realizou umas movimentações estranhas fazendo cair o alemão.


Para além da amarela e da verde de Kirchen, a Team Columbia ainda tem a branca por Lovkvist.
Foto cedida por: John Pierce / PhotoSport International


Kim Kirchen à semelhança do que tem realizado esta época está a fazer um Tour muito bom, actual camisola amarela e verde pensa cada vez mais no pódio da classificação geral em Paris. A sua Team Columbia é também a equipa com melhores resultados nesta semana, várias camisolas, uma vitória de etapa e tem aparecido constantemente. Ainda na recente equipa americana, Cadel Evans já considerou Thomas Lovkvist (camisola branca) uma possível ameaça, mas só depois das montanhas é que poderemos confirmar.

Muitos dizem que para vencer o Tour não basta ser o mais forte, há que ser o mais inteligente, e nisso Evans tem sido. Está numa posição perfeita, não pretende assumir para já a camisola amarela pois não tem equipa para isso, contudo a Sillence-Lotto tem tido uns dias calmos pois já se viu em alguns finais de etapas Evans andou sozinho (ontem).

Ontem rebentou o primeiro caso de doping desta edição, Manuel Beltran da Liquigas acusou EPO na primeira etapa. O trepador espanhol é mais um ex-tenente de Lance Armstrong apanhado nas malhas do doping, com uma carreira já perto do fim o que faz um corredor destes a continuar a utlizar EPO? Pois não foi de certeza a sua primeira vez?! Isto só vem relançar a dúvida se Armstrong foi ou não um corredor dopado apesar de ter sido o mais vigiado de sempre, eu quero acreditar que não.


Depois de 14 anos de carreira, acusa pela primeira vez positivo!!
Foto cedida por: Caputre-the-peloton.


Mais descansado ficou Murilo Fischer quando o Tour deixou a Liquigas a continuar, no entanto caso a análise da amostrar B confirmar positivo, esta equipa terá a sua participação na Vuelta em risco, o director da prova espanhol já avisou, pode ser que abra uma vaga para o Benfica...

Mas desta equipa já nada me surpreende, o ano passado com Di Luca, há tempos com a contratação de Ivan Basso, e agora mais este!! Equipas destas não merecem fazer parte deste desporto.


Aconselho a passarem no PEZCycling pois tem lá uns artigos muito bons, nomeadamente os de Chris Carmichael. Este gostei especialmente, fala sobre a caravana que persegue o pelotão e como um corredor experiente como Hincapie conseguiu regressar ao pelotão depois de um furo a 10kmk da meta.

Entrevistas: Vídeos 1, Vídeos 2.

A família luxemburguesa (Schlecks e Kirchen).

Blog de Cadel Evans
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Pedro Horrillo (Rabobank) escreve sobre o Tour.

quinta-feira, julho 10

Bernauld Hinault e mais uma das suas!!

Depois de bloquearem a estrada os protestantes da 3ª etapa (algo relacionado com as condições num aeroporto), acharam que não era suficiente e um deles decidiu saltar para cima do pódio. Pena que este não conhecia Bernard Hinault e as suas peripécias no Tour de France, Hinault não teve para meias medidas e empurrou-o para fora. Apesar dos seus 53 anos o francês ainda aparenta ter a mesma força como também a mesma agressividade.





Focando a corrida foi mais um final espectacular o de ontem. Foi pena o Campeão Francês ter sido alcançado nos últimos 50 metros, contudo penso que o seu timing de ataque foi perfeito, faltou mesmo as forças depois de mais de 200km em fuga.
Cavendish afirma-se cada vez mais, impressionante a sua velocidade. Da câmera do helicópetro vê-se perfeitamente que Hushovd e Cavendish partiram ao mesmo tempo, lado a lado e com a mesma velocidade, mas o inglês conseguiu aguentar e Hushovd quebrou muito.

Amanhã será o primeiro grande teste de montanha para os favoritos. Uma subida final de 11km sem extrema exigência, mas nos últimos dois quilómetros a média sobre para 10%. Penso que não haverá grandes diferenças de tempos, talvez Evans perca no máximo 10 segundos para Valverde, Cunego, Kirchen naqueles 2km já que aí podem demonstrar a sua explosividade.

No entanto na contagem de 2ª categoria antes da subida final deverá haver algumas mexidas, Riccó, Pereiro, algum da Euskatel, Voigt?
Penso que alguém dos primeiros 30 da geral atacará, resta-nos saber como Evans e a sua equipa reagirão, aconselho uma atitude expectante pois ainda é cedo para grandes esforços. A não ser que seja Sastre, Valverde ou Cunego, não penso que Evans irá se cansar demasiado.

Resultados completos.

Últimos 2 quilómetros.



Aconselho esta leitura: David Millar fala do quanto custou aguentar-se no 1º grupo quando na 3ª etapa o pelotão separou-se. Dá para sentirmos o esforço dos corredores que estão na cauda, algo que as câmeras não focam nestas alturas.

Um vídeo do fisiologista da Team Garmin em que explica qual o aquecimento dos corredores antes do crono. Eles vestem uma camisola vinda dum congelador para que durante o aquecimento o sangue circule mais pelas pernas, ainda outros pormenores!! Esta equipa é só inovar. (12º a contar de cima)