domingo, novembro 9

Transferências para 2009 e 'comunicado'

Ivan Basso - Suspenso - Liquigas
Lance Armstrong - Retirado - Astana
Sylvain Chavanel - Cofidis - Le Crédit par Téléphone - Quick Step-Specialized
Allan Davis - Mitsubishi-Jartazi - Quick Step-Specialized
Thomas Dekker - Rabobank - Silence-Lotto
Markus Fothen - Gerolsteiner - Team Milram
Juan Manuel Garate - Quick Step - Rabobank
Philippe Gilbert - Française des Jeux - Silence-Lotto
Vladimir Karpets - Caisse d'Epargne - Katyusha
Servais Knaven - Team Columbia - Team Milram
Robbie McEwen - Silence-Lotto - Katyusha
Maxime Monfort - Cofidis - Le Crédit par Téléphone - Team Columbia
Nick Nuyens - Cofidis - Le Crédit par Téléphone - Rabobank
Gert Steegmans - Quick Step - Katyusha
Maarten Tjallingii - Silence-Lotto - Rabobank
Fabian Wegmann - Gerolsteiner - Team Milram
Oliver Zaugg - Gerolsteiner - Liquigas
Haimar Zubeldia Agirre - Euskaltel - Euskadi - Astana
Sylvester Szmyd - Lampre - Liquigas
Yaroslav Popovych - Silence-Lotto - Retirado [Editado: informação incorrecta - assinou pela Astana]
Steffen Wesemann - Cycle Collstrop - Retirado

Estas são as transferências mais sonantes para a temporada que se avizinha (fora uma ou outra de que me tenha esquecido) que irei abordar no texto que se segue.

Ivan Basso: teve a sorte de ter várias equipas poderosas a manterem-se interessadas nele. Acabou por ingressar na Liquigas o que, na minha opinião, foi benéfico para ambas as partes. Agora resta a Basso justificar esta aposta da equipa italiana e tornar-se no líder que falta a esta equipa.

Lance Armstrong: tema já bastante debatido. Acho que bastaria à Astana manter os seus quadros para realizar uma excelente temporada. mas como um objectivo da equipa é promover o Cazaquistão mundialmente não há melhor publicidade do que acolher Armstrong nas suas fileiras.

Sylvain Chavanel: fez uma grande época e começou a justificar o porquê de ter sido considerado uma das maiores promessas do ciclismo francês. Sem Bettini na Quick Step Chavanel poderá assumir um papel mais de líder, menos libertino, o que o pode prejudicar já que a sua combatividade é a sua grande arma. Vamos ver como se irá adaptar a esta nova realidade.

Allan Davis: voltou a uma equipa grande do pelotão. É complicado dizer se é a equipa ideal pois apesar de ser uma equipa que dá importância aos sprinters, também é a equipa de Boonen. Vamos ver se este ainda jovem australiano tem a oportunidade de mostrar o que vale ou se apenas lhe estará destinada uma função de gregário.

Thomas Dekker: saiu da alçada da equipa que o viu crescer para o ciclismo talvez cedo de mais. Na Lotto vão esperar muito mais dele, pressão à qual ele ainda não está habituado. Talvez mais um ou dois anos de crescentes responsabilidades na Rabobank lhe fizesse bem, mas espero estar enganado.

Markus Fothen: mudança necessária para ver se confirma o potencial demonstrado há 2/3 anos. Talvez lhe fizesse melhor um ou dois anos de gregário numa equipa mais forte onde não se esperasse tanto dele, mas creio que a Milram também lhe oferecerá condições para recuperar a sua melhor forma.

Juan Manuel Garate: já devia ter mudado ao tempo. Uma equipa como a Andalucia, onde pudesse voltar a ser líder creio que seria o melhor para este ciclista mas, no seu caso, a mudança para onde quer que fosse é que era mesmo essencial.

Philippe Gilbert: ciclista impossível de manter. Ingressou na Lotto onde prevejo que fique alguns anos. Tem condições e apoio para brilhar e poderá dar muitos sucessos a esta equipa belga.

Vladimir Karpets: o seu tempo na Caisse também já tinha esgotado há 1/2 anos. Vai-lhe fazer bem a mudança para uma equipa do seu país, onde terá a hipótese de liderar. Espero bastante dele no próximo ano.

Servais Knaven: foi para a Columbia com a ilusão que iria ser a aposta da equipa norte americana em várias clássicas, mas isso acabou por não acontecer. Creio que este seu ingresso na Milram é acertado, pois poderá passar a sua experiência aos mais jovens e também ter mais liberdade para se apresentar com objectivos nas clássicas da primavera.

Robbie McEwen: grande negócio para a Lotto. Reduz o peso deste ordenado (que não devia ser assim tão baixo) na sua folha salarial o que lhes perimitirá maior flexibilidade na contratação de outros corredores. Em termos desportivos McEwen já provou que já não é o que era e que deve começar a ponderar uma retirada que dignifique a grande carreira que teve como sprinter.

Maxime Monfort: mostrou ter um grande potencial mas creio que a mudança não seria indicada já para esta temporada. Na Cofidis, para mais com a saída de Chavanel e Nuyens iria cimentar a sua posição de líder na equipa e garantir mais liberdade, por essa via. Na Columbia estará mais tapado. Veremos se conseguirá ganhar o seu espaço.

Nick Nuyens: saída compreensível. Não estava a conseguir fazer bons resultados por culpa de diversos factores pelo que creio que a saída acaba por beneficiar todas as partes envolvidas no negócio.

Gert Steegmans: fez bem em sair da Quick Step. Já tem idade, qualidade e experiência para se afimar por si próprio agora vamos ver se terá a estabilidade emocional necessária.

Maarten Tjallingii: prometeu muito na Shimano mas não confirmou tais expectativas na Lotto. Mesmo assim, creio que a mudança foi precoce já que este foi o seu primeiro ano na equipa belga. Vejamos se este ano a mais de experiência pode fazer com que venha a confirmar a sua qualidade na Rabobank.

Fabian Wegmann: grande compra para a Milram. Ciclista de nomeada, que será muito útil á equipa alemã tanto em termos desportivos como em termos de publicidade. Vamos ver se as suas prestações na estrada correspondem às expectativas criadas.

Oliver Zaugg: grande compra da Liquigas. Ciclista que já provou o seu enorme potencial nas épocas transactas exibindo-se sempre com grande regularidade, terá agora a sua oportunidade na equipa italiana. Será um bom gregário quando o tiver que ser mas também acredito que poderá mostrar o seu valor nas provas de menor nomeada de forma a ir ganhando experiência.

Haimar Zubeldia Agirre: mudança terrivelmente necessária. Acho igualmente que a Astana era das melhores equipas para este ciclistas e integrar. Será um ciclista que estará protegido, não tanto sujeito à pressão de ser líder, que terá a oportunidade de relançar a sua carreira para depois, daqui a sensivelmente 2 anos assumir a liderança de uma importante equipa do pelotão internacional.

Sylvester Szmyd: aprecio bastante este ciclista e acho que já devia ter saído da Lampre há algum tempo. Fê-lo este ano para uma equipa na qual terá de trabalhar para os líderes, mas que, se reparou nele, é porque o poderá querer para voos mais altos... Qualidade na alta montanha não falta.

Yaroslav Popovych: deverá ter outras razões para abandonar o ciclismo. Aos28 anos ainda tinha muito para dar e esta época era a ideal para reestruturar a sua carreira. Um bom ciclista que se perde. [Editado: informação incorrecta - assinou pela Astana]

Steffen Wesemann: sempre apreciei este ciclista. Completo, perdeu-se quando assinou por uma equipa de menor nomeada quando devia ter ficado numa que lhe permitisse disputar, com outras condições, maiores provas. Merece esta referência.

Erik Zabel e Paolo Bettini: dois dos melhores ciclistas nas suas especialidades que irão deixar muitas saudades. A nós resta-nos recordar os bons momentos que desfrutámos ao vê-los competir.


'Comunicado'

Este foi o último post deste blogue.
Para terminar a minha participação, queria dizer que gostei muito de escrever aqui tendo como companheiro o Semprenaroda. Ele tornou este blogue num sítio de referência da modalidade em termos nacionais e tenho de lhe agradecer a oportunidade de aqui escrever.
Juntos tornámos o blogue ainda mais forte e conhecido, com conteúdos ainda mais completos que creio que foram do vosso agrado.
Quando o Semprenaroda decidiu abandonar o blogue a minha tarefa tornou-se muito difícil já que as minhas responsabilidades também aumentaram e consequentemente a minha disponibilidade diminuiu.
Como referi aquando da sua 'retirada' entrei num 'período de reflexão' que termina hoje, com esta decisão.
Não posso comprometer os meus objectivos nem continuar a manter este blogue como uma obrigação em vez de como um 'hobbie', já que isso não seria benéfico para ninguém.
Para acabar este meu 'comunicado', apenas dizer que gostei muito de tudo isto, de trocar ideias com o meu parceiro e com todos vocês e tenho a certeza que no final deste projecto saio mais 'sabedor' do que quando nele entrei. Espero que se tenha passado o mesmo com vocês e quem sabe um dia, com mais tempo, reiniciemos um projecto semelhante.
Adeus e obrigado a todos!

Erik Zabel

Li que o sprinter Erik Zabel em 25 participações em Grandes Voltas (Giro, Tour e Vuelta), completou 23 dessas durante a sua carreira. É realmente impressionante!!

Já sabia que o alemão era um dos corredores que realizava mais corridas por ano, mas pensar que no total levou um ano da sua vida em grandes voltas e em pelo menos metade de cada, a acabar no top5 nas etapas!!

Existe alguém na história do ciclismo com tantas participações em grandes voltas?

terça-feira, novembro 4

Desilusões de 2008

Para além dos dissabores dos casos de doping tive outros em relação a alguns corredores devido às suas fracas prestações. Alguns porque os anos já lhe vão pesando, outros, simplesmente porque correu mal.


Yaroslav Popovych: Um dos corredores mais abaixo das expectativas nesta época, e certamente estarão de acordo. Até acabou no pódio no Paris-Nice, apesar de dar logo sinais de fraqueza na subida ao Monte Ventoux. No seu principal objectivo, desapareceu. Onde andava o ucraniano quando o seu chefe Cadel Evans estava sozinho no meio do trio da CSC?
Mais, líder da Silence Lotto na Vuelta sabem se chegou a acabar? Sim, foi 52º na geral...

Algo de Positivo: 3º na Classificação Geral do Paris Nice.


Danilo Napolitano: O sprinter italiano teve dois anos anteriores em crescendo o que previa uma época pleno de vitórias. E até teve alguns sprints bem sucedidos no início da época, um no Tour do Qatar e na Volta a Comunidade Valencia.
É verdade que nunca obteve muitas vitórias em grandes palcos, mas uma ou outra lá ia conseguindo e pelo menos dava muita luta aos que lhe ganhavam. Este ano, não foi ao Giro, faltou também ao Tour e resolveu vir aqui roubar algumas etapas aos nossos sprinters. Aparentemente em boa forma mudou-se para o país vizinho mas não fez nada de especial, um 4º lugar de etapa foi o melhor que conseguiu na Vuelta. Sem Benatti este ano, Napolitanno teve uma óptima oportunidade de se tornar um dos patrões da Lampre, mas falhou.


Algo de Positivo: duas vitórias na Volta a Portugal.
Foto cedida por: Rui Quinta/Ciclismo Digital

Leif Hoste: Sem vitórias esta época. Ok, nunca foi um corredor de vitórias mas geralmente de bons resultados. Nas clássicas de paralelo onde liderou uma das principais equipas neste tipo de corridas, fracassou. No Tour de Flandres o azar bateu-lhe à porta (furo) acabando apenas dentro do top 20, mas no Paris-Roubaix também não foi além de um 6º lugar. Mais não podia pedir ao seu companheiro Van Summeren quando perseguiu O’Grady e Devolder que andavam em fuga, todavia depois desta terminada e quando Boonen fez a selecção com um poderoso ataque, Hoste não resistiu e ficou para trás. Mais tarde, o Eneco Tour poderia ser outro trunfo para este excelente contra-relogista, mas passou ao lado. Enfim, para um corredor destes o balanço da época define-se em Março e Abril, onde esteve muitos furos abaixo. Assim sendo Philippe Gilbert estará ao seu lado em 2009.

Christophe Moreau: Um exemplo de um corredor que já devia ter deixado o ciclismo profissional quando saiu da AG2r em 2007. Já nesse ano tinha dado algumas más indicações depois do seu pior Tour mesmo depois de ter vencido o Dauphiné Liberé. Mas em 2008 como líder da Agritubel ficou mais uma vez manchado quando desistiu do Tour numa altura em que a caça ao doping andava ao rubro. Para além disso em 2008 limitou-se a acumular quilómetros nas pernas.

Algo de Positivo: vencedor da camisola da montanha na Volta Ciclista a Catalunya.


Mais alguém? Eu diria Filippo Pozzato, mas em relação a este talvez não haja tanta unanimidade.

domingo, novembro 2

Erik Zabel

O prometido é devido e apesar de ser já um pouco tarde aqui vai o post de "hoje à noite". Ele é um dos melhores sprinters de todos os tempos (senão o melhor...), o melhor do seu tempo. Ele é Erik Zabel. A par da escassez de temáticas neste período, esteve também a minha vontade de homenagear este grande ciclista, na sua época de retirada.

Biografia:
Baseado em: wikipedia.org
Erik Zabel (7 de Julho de 1970, Berlim Este) - exímio sprinter germânico. Conta com mais de 200 vitórias na carreira e com 9 classificações de melhor sprinter em Grandes Voltas. Uma curiosidade acerca deste ciclista é o facto de nenhuma destas vitórias em camisolas estar isolada na história. Isto é, todas as vitórias de Erik Zabel em classificações por pontos foram consecutivas: Tour (1996-2001) e Vuelta (2002-2004). Isto também significa que entre 1996 e 2004 Erik Zabel venceu sempre uma classificação por pontos, quer no Tour quer na Vuelta. A adicionar a isto, terminou sempre entre os 3 primeiros das classificação por pontos no Tour entre 1996 e 2008, com excepção de 2005.

Este sprinter alemão ficou também conhecido por ser um ciclista extraordinariamente completo para um sprinter. Conseguia passar bem a alta montanha (dos poucos senão mesmo o único puro sprinter a vencer a Amstel Gold Race, em 2000; venceu neste mesmo ano a Taça do Mundo, historicamente dominada por ciclistas melhores nas colinas/montanha), o que o distinguia de outros sprinters (Cipollini, por exemplo).

A sua mais memorável rivalidade deu-se no Tour de 2001 com Stuart O'Grady. Os dois disputaram intensamente a camisola verde na Volta a França tendo O'Grady inclusivamente entrado na etapa dos Campos Elíseos com 2 pontos de vantagem para Zabel. Apesar desta vantagem, o sprinter germânico conseguiu terminar a etapa atrás do vencedor, Jan Svorada, e à frente do 3º, O'Grady, pontuação que, somada à obtida nos sprints intermédios anteriores, lhe granjearam 8 pontos de vantagem no final das contas da verde. Ainda em 2001, foi nomeado Desportista Alemão do Ano.

Um outro episódio curioso na carreira de Zabel aconteceu no Milão - San Remo de 2004; levantou os braços demasiado cedo e acabou batido por Oscar Freire (já alguém se perguntou porque é que Zabel raramente levanta os braços quando ganha?).

Este germânico ficou também conhecido pelo comportamento muito profissional que mantinha, tendo uma disciplina de treino e gosto invejável pelo que fazia. Zabel era dos poucos corredores que competia todo o ano, incluindo algumas provas em pista durante o Inverno.

Tendo em conta estes predicados era previsível que não mudasse de equipa mas após não ter sido seleccionado para o Tour de 2005 a sua equipa de sempre (Deutsche Telekom/T-Mobile) e o próprio ciclista acordaram a separação. Zabel seguiu para a Milram onde ajudou Petacchi a vencer diversas provas mas continuou a mostrar que "ainda estava lá para as curvas". Venceu três etapas na Vuelta (2 em 2006 e 1 em 2007) e conquistou a medalha de prata nos Campeonatos do Mundo de 2006.

Por fim, ainda de referir que mesmo quando não obtinha vitórias em provas de topo, continuou sempre a fazer imensas posições no top 3 e inúmeras posições no top 10. Quando ia ao sprint muito raras foram as vezes em que terminou fora dos 10 primeiros. E Zabel ia sempre ao sprint.

Memórias:

- última etapa do Tour de 2001 (em inglês)
- artigo sobre Zabel e o Tour de 2002 (em inglês)
- vitória na 7ª etapa da Vuelta de 2007 (vídeo)
- vitória sobre Abdoujaparov (vídeo)
- vitória na 3ª etapa do Tour de 1997 (vídeo)
- 13ª vitória na Volta a Alemanha (vídeo)
- pódio e confrência de imprensa dos campeonatos do mundo de 2006 (vídeo)
- última vez que envergou a comisola verde no Tour (vídeo)
- última vez que ganhou a camisola verde no Tour (vídeo)
- Milão - San Remo 1997 (vídeo)