segunda-feira, agosto 18

Ciclismo de Pista nos JO e algumas breves.

Tem sido um bom espectáculo para quem tem observado as competições de ciclismo de pista. Um grande domínio da Grã-Bretanha como aconteceu no Campeonato do Mundo em Maio, e com Bradley Wiggins (no 4000m Sprint Individual e 4000m Perseguição Colectiva - record mundial com 61.719 km/h de média) e Chris Hoy (no Sprint Colectivo e Keirin) já com duas medalhas de ouro. Em outra competição, o espanhol Joan Llaneras confirmou o seu favoritismo ao vencer a Corrida por Pontos, o espanhol sempre vigiado por todos teve uma tarefa muito difícil com muitos ataques mas no final juntamente com Kluge (2º classificado), conseguiu ganhar a vantagem que o permitiu vencer a corrida.

A Grã Bretanha como já disse tem dominado estes Jogos Olímpicos no Ciclismo de Pista, para isto têm uma grande estrutura com muitos treinadores e dos melhores sitiada no Velódromo de Manchester. Toda a equipa é preparada aí durante 4 anos e o orçamento de 32 milhões de euros para a British Cycling (Federação Inglesa) já foi confirmado pelo Governo para os próximos quatro anos. Os mais recentes corredores de ciclismo de estrada que daí saíram foram Mark Cavendish (Team High Road) e Geraint Thomas (Barloworld).


Bradley Wiggins e Mark Cavendish na prova de Madison.


Amanhã (terça feira) pelas 10:30 (hora de Lisboa) será a final de Madison Masculinos e também a oportunidade de Wiggins vencer a sua terceira medalha de ouro; juntamente com o jovem Cavendish são os actuais Campeões do Mundo nesta categoria e os principais favoritos. Para quem não conhece esta modalidade é aquela onde os dois corredores da mesma equipa dão as mãos por breves instantes, permitindo assim que o corredor que estava a descansar entre novamente na corrida e outro passe a descansar. Neste conjunto enquanto Wiggins estabelece um ritmo elevado durante 3 a 4 voltas, Cavendish aguarda para entrar em acção durante uma volta, a volta e meia, e tentar vencer o sprint intermédio ganhando assim alguns pontos.

Amanhã será a final de Sprint Individual Masculino às 11:35 (hora de Lisboa), podem ver na internet no cyclingfans.com onde há vários links.


Na Volta a Portugal a comunicação social lá teve que arranjar uma polémicazita para apimentar as suas resportagens e diários, o assunto foi os comentários de Orlando Rodrigues que na minha opinião sem maldade, apenas com alguma inveja. Tal como afirmou posteriormente apenas constatou que a Liberty Seguros esteve muito forte naquele dia e usou o Vitor Rodrigues como termo de comparação com os dias anteriores, nada mais. O mesmo sentimento em relação à atitude de Rubén Plaza ao voltar para trás mal passou a meta na Torre, já vi muitos noutras competições a fazerem o mesmo e não o vejo como uma atitude anti-desportiva, apenas achei que depois de uma corrida tão dura num dia daqueles, o espanhol estava desejoso de ir para a caminha como diz o outro*. Talvez eu ainda seja um bocado ingénuo...

*o outro foi o atleta Marco Fortes (" de manhã só na caminha") que para quem não tem noção do sacrifício de um atleta profissional, até pode pensar que é verdade (claro que não). Em vez de criticarem os comentários dos atletas, recomendo que critiquem os poucos apoios que estes têm, no caso deste atleta ele treina sozinho e tenho a certeza que qualquer um que esteja lá, está a dar o seu melhor!!


Continuando no ciclismo Haimar Zubeldia actualmente na Euskaltel foi contratado pela Astana por duas épocas. Zubeldia teve nesta, a sua pior época de sempre e nem no Tour de France onde habitualmente obtinha bons desempenhos, conseguiu aparecer. Juntamente com um ordenado muito melhor e um acréscimo de motivação decidiu mudar-se de equipa pela primeira vez na sua carreira profissional. O basco já três vezes no top 10 do Tour será um reforço importante a partir de 2009 para a nova sequela de Johan Bruyneel, tornar Alberto Contador o novo Armstrong, isto se a ASO deixar claro...


Bradley Wiggins lidera a Grã Bretanha na prova de Perseguição Colectiva.


Extra-Ciclismo (Medalha de Prata para Vanessa Fernandes)

Ontem assisti a uma brilhante prestação, muitos parabéns à Vanessa Fernades. Fez uma prova perfeita mas na segunda transição perdeu a medalha de ouro. Entrou muito bem em primeiro no parque mas à saída era 7ª ou 8ª e mais importante a cerca de 10 segundos de Snowsill, a vencedora. No triatlo as duas situações mais intensas são sem dúvidas a saída da água e principalmente a transição da bicicleta para a corrida. Olhando para mim há uns anos atrás, o meu ritmo ia aumentando durante a prova de ciclismo mas assim que saímos para a corrida, entrava no “red line”. Antes de estabelecer o meu próprio ritmo de corrida, os primeiros 500m a 1km são dos mais duríssimos, nem conseguia beber água tal era a intensidade e apenas molhava a boca esperando entre o primeiro e o segundo quilómetro para me abastecer. Mesmo que a Vanessa tivesse saído na frente, a australiana provou que foi a mais forte na corrida no entanto mais do que nas outras duas componentes, na corrida o psicológico é fundamental. Vanessa na corrida nunca conseguiu colar-se à Snowsill pois esta atacou forte no início. A portuguesa bem tentou recuperar terreno mas à medida que não ia conseguindo, a moral baixava e depois com as outras logo atrás teve que alterar as suas prioridades. Um segundo lugar nuns Jogos Olímpicos onde muito pode acontecer e sem dúvida o local mais difícil para superar qualquer objectivo, uma medalha de prata é sem dúvida um grande feito principalmente para um país como o nosso onde só se vê futebol, o mais grave não é ser as pessoas mas sim as organizações deste país.


Fotos tiradas por John Pierce / PhotoSport International no Campeonato do Mundo em Manchester.

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