Antevisão da Clássica de San Sebastian

Sou o novo colaborador deste blogue. Escrevia para outros sites relacionados com a modalidade até que fui convidado para ingressar aqui. Este é o meu primeiro texto.

Mudando de assunto; como sabem a Clássica de San Sebastian realiza-se dia 2 de Agosto (próximo Sábado) portanto acho que é pertinente fazer aqui um lançamento do que poderá acontecer nesta clássica espanhola.

(gráfico da prova – fonte: diariovasco.com)

Liquigas - esta equipa italiana venceu a prova o ano passado por intermédio de Leonardo Bertagnolli, pelo que tem de ser considerada uma das favoritas à vitória da prova. Para além do italiano a Liquigas tem também outros ciclistas de muito valor que poderão vir a ser muito úteis se for necessário entrar ao trabalho. Entre eles estão Kreuziger e Nibali que não creio que possam fazer muito mais que trabalhar depois de virem da Volta a França. Pellizotti poderá ser um trunfo caso Bertagnolli falhe.

Astana - esta equipa tem um plantel tão vasto e tão bom que apresenta sempre boas alternativas em qualquer prova que participe. Esta não é excepção mas não a considero candidata à vitória. Não me parece que Contador seja o ideal para este tipo de prova, nem que qualquer dos outros corredores consiga realmente ser um candidato à vitória. Talvez Sergei Ivanov, motivado com a vitória na Volta a Valónia, possa vir a ser uma agradável surpresa. Aposto nesta equipa para um top 10 com Contador, Ivanov ou Colom. De referir que está um erro na lista de partipantes no que se refere a esta equipa já que Vladimir Gusev foi recentemente despedido.

Caisse D'Epargne - tem Valverde caso a decisão seja feita ao sprint num grupo de 30/40 unidades e tem Rodriguez para se imiscuir nalguma fuga. Estes dois ciclistas já fizeram bons resultados em edições passadas da prova o que, aliado à sua reconhecida qualidade, me leva a pensar que esta equipa é uma das principais favoritas à vitória. O seu principal handicap é a falta de alternativas aos dois corredores acima mencionados.

CSC Saxo Bank - trás uma equipa muito boa com quase todos os seus principais valores na alta montanha. Se esta clássica não fosse imediatamente após a Volta a França diria que Frank Schleck seria o líder da equipa mas neste caso não sei. A aposta desta equipa deverá ficar definida na estrada, conforme a condição dos ciclistas.

Scott - a antiga Saunier Duval precisa mesmo de uma vitória para fazer ver ao sponsor que continuou a acreditar na equipa que tomou uma boa opção. Juan Jose Cobo é um ciclista talhadíssimo para este tipo de provas pelo que penso que é um dos 5 principais a vencê-la. Gomez Marchante também é uma alternativa válida a Cobo mas não sei até que ponto é que este ciclista não está aqui apenas a começar a Vuelta.

Silence Lotto - Evans é um corredor de 3 semanas, não creio que consiga vencer aqui. Popovych mostrou-se muito mal no Tour, não acredito que tenha melhorado a tempo de estar aqui para vencer. Em suma, não me parece que a Lotto tenha condições para fazer uma grande prova.

Rabobank - apesar de ainda ser dos melhores sprinters quando o terreno começa a empinar acho que Freire perdeu um pouco das qualidade que tinha na média montanha. Não me parece que as outras equipa deixem Freire permanecer no grupo principal pelo que não acredito que ele vença. A equipa holandesa não parece partilhar da minha opinião e, como se pode ver pelo resto dos ciclistas trazidos pela Rabobank, Freire é mesmo a sua grande aposta. Veremos...

Gerolsteiner - apesar da idade a classe de Rebellin é indiscutível ainda sendo ele um dos melhores ciclistas de clássicas no activo. É logicamente um favorito à vitória que poderá ter como alternativa interna Oliver Zaugg, que já vem mostrando ser um bom ciclista na média e alta montanha ao longo desta e da passada época.

Française Des Jeux - equipa francesa com poucos recursos tem em Phillippe Gilbert a sua grande esperança. O resto da equipa não pode ser considerada candidata a nada pelo que o ciclista belga é mesmo o indiscutível líder da formação francesa. Na minha opinião, Gilbert tem hipóteses de ganhar mas o desgaste do Tour aliado à falta de equipa torna a tarefa difícil.

Euskaltel Euskadi - Zubeldia mostrou, no Tour, estar em muito má forma pelo que Samuel Sanchez será a grande aposta desta equipa. Esta equipa basca tem tradicionalmente bons ciclistas na montanha pelo que Sanchez terá apoio assegurado. Resta saber se as 3 semanas de competição da Volta a França não se reflectirão aqui.

AG2R La Mondiale - equipa francesa que tem realizado uma boa temporada apresenta aqui uma equipa forte com Nocentini e Efimkin na linha da frente. Gadret e Valjavez poderão ser bas ajudas mas não creio que sejam líderes. Nocentini é reconhecidamente um bom ciclista para clássicas enquanto que a qualidade de Efimkin na montanha e a sua combatividade podem sempre proporcionar surpresas.

Quick Step - Paolo Bettini e Juan Manuel Garate são os líderes da equipa. Barredo e Carrara poderão ser boas ajudas mas não mais que isso. O funcionamento desta equipa poderá ser semelhante ao da Caisse D'Epargne: Garate para uma fuga que aconteça na última subida, Bettini caso a corrida seja decidida ao sprint dentro de um grupo. É desta equipa o meu principal favorito à vitória: Paolo Bettini.

Cofidis - Chavanel, Moncoutié, Monfort e Nuyens. Não me consigo decidir entre estes 4 e não sei se o manager da Cofidis conseguirá. Talvez eu me incline mais para Chavanel. A sua combatividade incrível torna-o um candidato a surpresa em todas as provas o que aliado à sua qualidade em média montanha pode torná-lo um perigo para quem quer vencer a prova.

Lampre - a forma de Cunego não é a melhor mas não acredito que a Lampre não aposte nele. Se eu fosse o manager desta equipa italiana fazia de Szmyd o meu líder. O polaco já mostrou a sua qualidade diversas vezes e acho que ele já era merecedor de uma oportunidade. Ballan poderá também ser um trunfo da equipa se conseguir ultrapassar a última subida da clássica.

Karpin Galicia - equipa espanhola plena de qualidade na média e alta motanha que peca por não ter nenhum homem com uma ponta final razoável. Ainda assim, sendo a equipa espanhola, com recursos inferiores aos das outras e a correr um clássica tão importante no seu país acho que os seus corredores se vão "esfolar" para obter uma boa prestação. Herrero transporta o dorsal número 1 da equipa mas não sei até que ponto Mosquera ou César não serão também alternativas válidas.

Lista de participantes

Editado (01.08.08 às 22:11): conforme está nos comentários parece que Oscar Freire já não participará nesta clássica deixando a Rabobank definitivamente com poucas ou nenhumas alternativas. O espanhol encontra-se doente e será substituído pelo holandês Gerben Lowik.