Johan Bruyneel: "O que aconteceu no Tour de France o ano passado e que levou à organização expulsar a Astana pareceu-me razoável. Este ano a Astana é uma equipa completamente diferente. Fizemos tudo para mudar o funcionamento da equipa. Novos treinadores, novos corredores, nova filosofia. Nós estamos a gastar 460.000 euros em 2008 em esforços para combater o doping na equipa. O que mais podemos fazer?"
A ASO está ciente que este ano a equipa está totalmente remodelada tanto a nível de staff técnico como a nível de corredores e estará atento a esforços no combate ao doping e espera que a equipa tenha uma época livre de escândalos.
Director do Tour de France (Christian Prudhomme): "Nós lembramo-nos o que aconteceu em 2006. O ano passado uma nova equipa (Astana) pediu a nossa confiança e nós demos, depois pagamos muito alto por isso. Este ano uma nova equipa pela segunda vez e repetem a promessa de 2007. Mas este ano nós não podemos esquecer o passado. "
Foi anunciada a lista das equipas que participaram no Paris-Nice, também organizada pela ASO e a Astana foi excluída. Um mau presságio para que no futuro a equipa cazaque também não seja convidada para as clássicas de Abril, Paris-Roubaix, Flèche Wallonne e Liège-Bastogne-Liège organizadas pela ASO.
Bruyneel: “O estranho é que existem equipas que têm passados semelhantes ao nosso e continuam com o mesmo staff técnico , a mesma estructura. Apesar disso poderão participar sem problemas. Onde está a coerência? Será que o Tour de France não perderá toda credibilidade?"
Neste ponto concordo plenamente com Bruyneel, ele refere-se principalmente à Team High Road que apenas mudou o nome e que no passado e até recentes, teve escândalos com corredores dopados, Patrick Sinkewitz, Lorenzo Bernucci. Porque é que esta equipa pode participar se encontra-se na mesma ou pior situação que a Astana?!!
Assim a equipa do treinador Johan Bruyneel ficará muito prejudicada, pois com Alberto Contador, Andreas Kloden,« e Levi Leipheimer sendo um dos três favoritos para a Volta à França. Relembrar que o nosso Sérgio Paulinho também pertence à Astana.
Johan Bruyneel: " O argument do Giro, que nós não iríamos levar os melhores corredores não é válido para o Tour. Com três dos favoritos para a vitória final no Tour temos se calhar uma equipa demasiado forte?”
A atenção no Tour 2008 centrar-se-á na equipa Sillence-Lotto com o principal favorito, Cadel Evans.
Director Desportivo da equipa belga (Henrik Redanthe): "A ausência da Astana põe-nos em cima mais pressão, a Astana é uma equipa muito forte, e terem dois corredores que podiam colaborar significa que teriam um grande controlo sobre a corrida. Isto irá certamente mudará o Tour deste ano. Teremos de esperar para ver como será."
Um dos principais prejudicados será Alberto Contador cujo o objectivo este ano seria repetir a proeza no TOUR 2007, fica assim afastado. Ontem na 4ª etapa da Volta a Maiorca enquanto estava em fuga sozinho virou-se para a câmara da televisão que estava em directo e gritou: “Astana no Tour!"
Contador: “O meu objectivo para este ano era ganhar o Tour novamente, mas retiraram-me essa possibilidade. O Tour é a prova que eu sempre sonhei ganhar, tanto antes como depois de o ter conseguido. As últimas semanas eu nunca pensei que tal fosse possível. Ontem (3ª feira) até fiz uns testes especiais no velódromo em Palma de Maiorca para melhorar as minhas capacidades de contra-relógio. Agora não somos convidados!! O que podemos fazer?! "
Com o impedimento de participar no Giro e no Tour, este volta-se assim para a Volta à Espanha cujo responsável já confirmou não o deixar de fora.
Director Geral da Vuelta (Víctor Cordero): "Contador estará na Vuelta. Não temos qualquer problema com a Astana, entendemo-nos no passado. E muito menos problemas com Contador."
Ao contrário do organizador do Giro,Di Rocco, o responsável da Volta à Espanha, Víctor Cordero acha demasiado severa a exclusão de Contador do TOUR.
Víctor Cordero: “Deixar de fora Contador terá sido demasiado severo embora compreensível quanto à sua equipa. Mas não foi uma surpresa, se Contador estivesse noutra equipa merecia estar em todas as corridas do Mundo mas infelizmente pagará pela sua equipa."
O que está a acontecer claramente aqui é uma “guerra” entre a UCI e as Organizadoras das principais provas. Cada um com os seus critérios e os prejudicados mais uma vez são os que deviam ser protegidos, os corredores....
Di Rocco: "O Pro Tour “vende” as suas licensas para participarem nas corridas, e não deve ser esse o critério. A Astana já devia ter sido supensa pela UCI o ano passado. Penso que esta equipa e mais outras que tiverem casos de doping não conseguiram aguentar-se até ao fim do ano”
Bruyneel: "Será que a Astana não é vítima da guerra entre a UCI e a ASO?!"
Enfim, acontecimentos que só prejudicam o CICLISMO....
Um comentário:
Excelente blog
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