Começa no domingo, a que considero a mais dura das corridas de um dia, a Ronde van Vlaanderem ou Tour de Flandres em inglês.
Serão 259km que no princípio relativamente planos serão um verdadeiro martírio a partir da primeira centena. Ao todo serão 18 subidas, o verdadeiro problema não está no comprimento destas, mas sim na sua inclinação, algumas com médias superiores a 10% e com a agravante de o piso ser em empedrado(coblestones)!!
Este ano irá ser a 92º edição da prova que começou em 1913 com a vitória do local Paul Deman. A ideia para o evento partiu de Karel Van de Wijnendaele, editor do jornal desportivo de língua flamenga, “Sportwereld”, que deu assim continuação ao que acontecia então nas provas de automóveis. E com isso iniciou outra tradição: que fossem os jornais a organizar grandes competições de ciclismo.
Até à II Grande Guerra Mundial o Tour de Flandres manteve-se como uma prova quase exclusivamente entre ciclistas belgas, disputando-se muitas vezes no mesmo dia da famosa Milan-Sanremo. Só a partir do último grande conflito mundial é que começou a ganhar grande interesse internacional. Actualmente, há quem a considere a mais bela das provas de um dia (que é o meu caso).
(Para uma história mais detalhada desta corrida ver o blog Maglia Rosa)
StartList.
Estive a ver o site oficial e é um exemplo para outras corridas, com vários artigos sobre a história desta, sobre o percurso e muita promoção desta zona como um lugar turístico também.
Ainda sobre o percurso quero agradecer ao autor do Podium Cafe (Chris) que teve esta ideia de descrever as subidas belgas e me autorizou a traduzir para aqui:
Irei classificar as subidas com base no Wong-Baker Pain Scale.
Aqui vai: (Perfil da etapa)
Kluisberg
Tudo em asfalto, 1.2km, 5% de média....será fácil.No entanto tem rampas de 13%, assim darei um 1: hurts a little bit
Nokereberg
Pequena (375km), 5,9%. Mesmo de empedrado não será problema, nesta altura da corrida o pelotão dificilmente se rasgará aqui. 0: no hurt
Molenberg
Menos que meio quilómetro mas com rampas de 14% em empedrado. 1: hurts a little bit
Wolvenberg
645 metros em asfalto... mas com máximos de 17% e 8% de média. Na altimetria mostra também outras subidas e segmentos de empedrados nessa zona. 2: hurts a little more
Oude Kwaremont
Com esta, a corrida começa a aquecer! Uma subida que só foi incluída a partir de 1974 ficando a 182km da partida e é a mais longa da prova; 2.2km com rampas de empedrado 11%.2: hurts a little more
Paterberg
Uma rampa de 360 metros, com 13% de média e máximo de 20%, tudo em empedrado, logo depois do Oude Kwaremont. 3: hurts even more
Koppenberg
Necessita pouca introdução, uma das mais difíceis subidas no mundo do Ciclismo. 600 metros com 11,6% de média e com um máximo de 22%. Alguns dos mais difíceis empedrados na Flandres, recentemente remodelado por motivos de segurança. Haverá gente a caminhar!! 5: hurts worst
Fica aqui um exemplo!!!(vídeo) (Efeito dominó, quando um começa a andar, começam todos!!)
Steenbeekdries
Por si só poderia ser classificada com 0: 700 metros numa média de 6,7%. No entanto como está tão perto do Koppenberg talvez um 2: hurts a little more
Taaienberg
Apenas 200 metros de muito difícil subida (15% em empedrados), logo depois de estas duas anteriores; já chega!! 4: hurts a whole lot!
Berg Ter Stene
Tudo em asfalto e chega depois de um “breve descanso”. O pelotão vem na “corda bamba” mas depois destas subidas irá começar a desmembrar-se. 1: hurts a little bit
Leberg
Humm, pergunto quando será que o pelotão irá se separar em vários grupos. Tem uma rampa de 14% mas em asfalto depois, acaba num ligeira inclinação de 4%.2: hurts a little more
Berendries
A pressão começa a subir. Durante um 1km em asfalto numa média de 7%.3: hurts even more
Valkenberg
Difícil, mas menos que a anterior (Berendries), com rampas de 12,8%. No entanto haverá cada vez mais ataques dos favoritos, o que faz com que seja um escalada em grande ritmo. Mais do que qualquer outra subida serão os corredores a determinar a dureza desta. 4: hurts a whole lot.
Tenbosse
Uma cotação a menos do que a anterior: 455m com 6,4% de empedrado. A corrida já estará ao rubro, os líderes nem darão conta desta. 3: hurts even more
Eikenmolen
Pela primeira vez nesta corrida!! 610 metros a 6%, não parece muito mas começa fácil e vai piorando (12.5%). Irá ser uma altura crucial, várias movimentações estratégicas irão acontecer. 4: hurts a whole lot!
Muur - Kapelmuur
Necessita de pouca introdução. 453metros com média superior a 9% e máxima de 19,8%. Haverá sangue!!! 5: hurts worst
Bosberg
Nesta altura já tudo dói!! Ainda assim, acaba numa rampa de 400 metros com quase 10% de inclinação em empedrado. 4: hurts a whole lot
Eu (SemprenaRoda) gostaria de um dia percorré-las no entanto iria com certeza classificá-las quase todas em: 5: hurts worst.
Quanto aos favoritos tenho falado destes ao longo dos últimos tempos e podem ver nas Clássicas de Primavera.
Aconselho ainda um visita ao site (Podium Cafe) que me disponibilizou este conteúdo e têm também um artigo com as equipas e as suas tácticas e ainda avança com maneiras possíveis de neutralizar cada uma delas.
Ainda o EuroPeloton nos seus últimos post onde fala sobre os intervenientes de domingo.
No domingo a Eurosport irá transmitir em directo a partir das 12h e deve acabar por volta das 16h. Pelo que já li irá estar um verdadeiro “Tour des Flandres” isto é com muita chuva e lama à mistura para dificultar ainda mais os corredores.
Para quem não tem Eurosport, ou vai ver para a casa dum amigo (que é o meu caso) ou pode ver em directo na net, neste link. ( os links aparecerão no domingo antes da prova)
Fotos da E3-Prijs Vlaanderen cedidas por: http://cyclingview.be/
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