quarta-feira, junho 4

Precisamos de uma referência actual no ciclismo português?!

Tem havido uma grande euforia em relação à participação no Euro2008 da selecção nacional de futebol. É uma coisa inacreditável a quantidade de adeptos à porta do aeroporto; do hotel; até para assistir a um treino à chuva!!
Isto deve-se aos resultados que têm sido muito a cima da média nos últimos anos o que provoca expectativas muito altas e consequentemente um estado de ansiedade e principalmente de esperança. Os média muito têm contribuído para isso pois não há meia hora de televisão sem aparecer uma referência à selecção nacional, seja anúncios, seja reportagens, etc...

O seleccionador Scolari por muito que se discuta se é bom seleccionador ou não, tem sido o maestro de algo de extraordinário e pelo menos para mim nunca antes visto. Desde a sua nomeação que o futebol em termos de selecção tem vindo a ganhar um novo folgo e até as mulheres já se interessam!

No triatlo aconteceu o mesmo, as pessoas ficam fascinadas ao ver a nossa Vanessa Fernandes a cortar a meta. Antes dela havia pessoas a confundir triatlo com teatro (e eu sou testemunha disso), no entanto sem menosprezar o excelente trabalho da respectiva Federação, foi a agora atleta do Benfica a dar conhecimento dessa nova modalidade e principalmente levou as pessoas a interessarem-se por triatlo.

Joaquim Agostinho venceu a Volta a Portugal de 1972 vestindo a camisola amarela da primeiro ao último dia.

Penso que actualmente falta um atleta desse mediatismo no ciclismo. Cândido Barbosa foi o mais perto o ano passado na Volta a Portugal, mas tem que ser um corredor que leve o nome de Portugal lá fora. O nosso último representante foi José Azevedo pois obteu excelentes lugares no Giro e no Tour, e foi um dos que guiou Lance Armstrong na sua epopeia. Joaquim Agostinho foi sem dúvida o expoente máximo e mesmo sem eu ser dessa altura dá para ver pelas fotos que o Ciclismo enchia estádios! A altura de Agostinho é talvez a época de ouro do ciclismo português não só em resultados mas como também em adeptos. Aquando de José Azevedo muitas pessoas ligavam a televisão para vê-lo como também quando Sérgio Paulinho subiu ao pódio nos Jogos Olímpicos. Mas apesar de estar numa das melhores equipas do pelotão internacional, o Sérgio ainda não conseguiu atingir a mesma dimensão de José Azevedo.

Espero assim por um fenómeno no ciclismo português esperançado de que já não falta muito!


Deixo este link com o anúncio da Galp em apoio à selecção portuguesa pois gosto bastante. Acredito que se fosse mesmo necessário alguém para puxar o autocarro da selecção nacional, haveria voluntários a mais.
É acompanhada pela excelente música de Bob Dylan: Paths of Victory.

As polémicas entre a UCI e a ASO continuam. A ASO vai obrigar às equipas que participem no Tour que assinem um contracto onde serão obrigadas a pagar 100.000 euros se durante a corrida for detectado doping num seu corredor .

No México, um condutor embriagado colidiu contra uma corrida de bicicletas; 10 feridos e um morto...

8 comentários:

Anônimo disse...

Concordo inteiramente contigo.Aliás,a acontecer termos uma referência no ciclismo português,acredito que o doping deixaria de ser associado ao ciclismo português,como recentemente tem vindo a ser.
Abraço

SempreNaRoda disse...

Não creio qu e isso tenha a haver com uma referência ou não. Infelizmente o ciclismo ainda tem a marca do doping e irá levar anos para apagá-la...

Anônimo disse...

Espero que dentro de pouco tempo o doping deixe de estar relacionado com o ciclismo

Anônimo disse...

Não considero o ciclismo a modalidade do doping, mas sim, aquela que melhor controla o doping e devido a isso a que tem mais visibilidade

SempreNaRoda disse...

Fico feliz por pensares assim jps, estou totalmente de acordo. Mas a maior parte das pessoas afastadas do ciclismo acho que não pensam dessa maneira, infelizmente.

Anônimo disse...

O problema de aparecer um grande vulto no ciclismo português passa em primeiro lugar por haver uma grande equipa portuguesa e essa equipa poderia ser o Benfica, que até tem uma roda de bicicleta no seu símbolo. Os ciclistas portugueses lá fora perdem-se a dar apoio aos chefes de fila. Recordemos o Giro do Azevedo e quantas vezes ele foi á frente e atrás para ajudar o chefe de fila?
Aliás o Azevedo era um dos melhores do mundo a descer montanhas e desde que foi apoiar Armstrong alguém viu o nosso corredor aproveitar esta sua característica? Nem no Benfica!
Sérgio Paulinho está-se a perder... vamos a ver Tiago Machado, Vitor Rodrigues, José Mendes, Edgar Pinto ou Rui Costa

SempreNaRoda disse...

Sim isso é verdade. Eu lembro-me de um Tour quando Azevedo ainda estava na Once, de ficar para trás para ajudar um dos seus líderes Galdeano em dois dias na montanha. Acho que nesse ano o português ficou em 7º ou 8º e lembro-me que se não fosse isso tinha ficado dois lugares à frente, à frente de Galdeano.

Em relação a um grande vulto não penso que passe primeiro por uma equipa.

Olho para o caso dos australianos (Evans, Rogers, McEwen, O'Grady), conseguem-se destacar em equipas fora dos seus países. E mesmo dos sul americanos, Ivan Parra, Botero...

Esta época já ouvi falar numa nova equipa Pro Tour australiana para 2009, não sei se é verdade.

O "problema" do Sérgio ou do Azevedo é que ambos foram parar à melhor equipa do mundo com o melhor corredor da mesma especialidade que os portugueses. E assim é muito difícil ganharem um lugar de destaque. São opções dos corredores...

No caso dos australíanos e sul americanos houve e há uma grande geração de corredores desses países e penso que por ser um grupo de corredores tenha chamado a atenção a muitas equipas Pro Tour que já apostam em australianos novos, William Walker (Rabobank), Matthew Lloyd(Lotto). O que espero que venha a acontecer com os corredores portugueses que mencionaste e não só.

Anônimo disse...

Falta acrescentar que temos de louvar os pequenos clubes que continuam a apostar no ciclismo e que sem eles não estaríamos aqui a falar de futuros ciclistas nacionais.