quinta-feira, julho 17

Moises Dueñas Nevado da Barloworld acusa uso de EPO.


Mais um espanhol apanhado nas malhas do doping. Pela primeira vez esta equipa teve um corredor envolvido em algo do género, e mais uma vez a equipa sai ilesa e tenta desmarcar-se do problema do seu corredor. É sempre o mesmo blá blá blá, “nós estamos muito surpreendidos com ele, não esperavamos esta atitude e por isso vamos expulsá-lo da equipa...”

Não estou a acusar a Barloworld de estar directamente relacionada com o uso de doping por parte de Moises Duenas, mas pelo menos ela tem a obrigação de vigiá-lo de modo a que situações destas não aconteçam. É para isso que servem os controlos internos de equipas tais como CSC-Saxo Bank, Garmin, Astana, Columbia onde têm o historial clínico de cada corredor e caso algum valor estranho seja detectado, o corredor em questão será no mínimo interdito de correr até que se encontre a causa. Caso contrário estas situações serão comuns no Tour, corredores que alcançando um sonho que os persegue desde de infância, sentem-se tentados a querer mais recorrendo para isso ao doping. Eu e muitos leitores tivemos ou temos esse sonho, claro que não passa de um sonho mas vendo bem será que vale a pena estar no topo do ciclismo, os corredores sofrem demasiadas pressões para estarem constantemente em evolução, existe ainda directores e médicos que aliciam à prática de doping para depois os corredores serem acusados e consequentemente atirados borda fora. Antes muitos ainda se safavam, mas actualmente com controlos tão rigorosos os dopantes não têm grandes hipóteses e são logo agarrados, depois a contra-análise vem sempre confirmar o veredicto. Conclusão: os laboratórios nunca falham e as equipas saem sempre impunes!!

Sim, porque a Aso ainda ameaçou antes do Tour com uma caução de 100 mil euros, mas a justificação é que como a equipa expulsou o corredor, então teve a atitude certa e não se passa nada...

Muitos podem contestar a atitude da ASO em deixar de fora a Astana, e eu até certo ponto me custa ver os seus corredores de fora, no entanto foi das poucas medidas que puniram não apenas um pessoa isolada, mas uma equipa.

Voltando ainda ao caso de hoje a polícia investigou o quarto do espanhol e encontrou mais indícios de doping (pode ir preso já que em França é crime.). O engraçado é que sempre que há acontecimentos destes há também algumas coincidências curiosas: Félix Cardenas o companheiro de quarto de Moises Duenas abandonou hoje a corrida por problemas no joelho, Paolo Longo Borghini da mesma equipa também desistiu!!

Li também que o médico da equipa andava a fazer teste todos os dias aos corredores mas nunca encontrou nenhum resultado estranho!



Fica aqui este artigo sobre o historial do Director Desportivo da Barloworld, o italiano Claudio Corti parece que nunca foi muito limpo.

Press release da equipa a este ao acontecimento.

Chirstophe Moreau acusa parâmetros anormais no sangue!!

4 comentários:

Anônimo disse...

Riccò também positivo :(

SempreNaRoda disse...

É triste mas é verdade...

Sinceramente da SDV já andava à espera, mas não de Riccó...

Anônimo disse...

de Ricco para mim não foi assim tao grande surpresa vir da volta a italia onde atingiu o seu pico de forma e depois vir á volta a frança fazer isto têm que admitir que é algo estranho
Apesar de Menchov também ter feito o mesmo percurso
Mas MEnchov no ano passado foi a volta a frança e asseguir ganhou a volta a Espanha

Pedro Alves disse...

Olá,

O dopping faz-se sempre confusão...
O que me parece é que esta coisa do ciclismo sem dopping ser um sonho é caricata.
O dopping e o ciclismo profissional convivem e é por demais evidente que não preciso chegar às equipas do pro tour para se concluir que o drama é omnipresente. Umas vezes às claras outras nem tanto.
O jogo do gato e do rato que se vive é uma forma hipócrita de lidar com o problema. Claro que agindo de outra forma deixaria de existir ciclismo como o conhecemos.
Se se tomassem medidas fortes e definitivas perante os infractores (equipas, responsáveis e atletas ), como por exemplo banir todos os envolvidos, não só os atletas, de voltarem a competir. a situação mudava certamente.
Não é preciso ser adiantado mental para encontrar medidas pragmáticas para lidar com este problema. A questão é que deixávamos de ver atletas fazer médias 38km/h em etapas de alta montanha... Mas é precisamente esse espectáculo que cola as pessoas à televisão e à borda da estrada, o Santo Grall dos patrocinadores que hoje estão no ciclismo e amanhá noutra actividade que lhes dê visibilidade pois para eles o ciclismo é um negocio, bem como para as equipas. Em todos os "negócios" há bons e maus profissionais.
Quando as regras são promiscuas e nebulosas passam TODOS a ser vistos como os maus...