sexta-feira, agosto 29

Antevisão da Volta a Espanha (conclusão)

Gerolsteiner - tem uma equipa relativamente completa para todos os terrenos caso os corredores se apresentem em boa forma. Davide Rebellin é um ciclista muito completo que pode facilmente ganhar etapas. Schumacher, para além de ser um corredor muito completo, semelhante a Rebellin, tem-se vindo a especializar no contra relógio o que faz com que, juntamente com Sebastian Lang, constituam dois nomes importantes para os cronos. Haussler já nos mostrou talento mas está na altura de se afirmar como um sprinter credível no pelotão internacional pelo que urge vencer uma etapa. Por fim, Zaugg demonstrou também muita qualidade na alta montanha mas ainda não apresentou nenhum resultado de real destaque. Vamos ver se é nesta Volta a Espanha que este corredor vai finalmente confirmar as suas qualidades.

Xacobeo Galicia - tem uma equipa unicamente vocacionada para o terreno montanhoso que terá como objectivo levar Ezequiel Mosquera a uma boa classificação geral individual (top 5). Grande parte dos ciclistas que constituem esta equipa são muito dotados na média e alta montanha pelo que a camisola da montanha também poderá ser um objectivo para esta equipa espanhola.

Lampre - depois do fracasso que foi na Volta a França, Damiano Cunego apresenta-se na Volta a Espanha supostamente para a vencer. O apoio que terá não será muito tendo inclusivamente em Marzio Bruseghin o único corredor que o poderá ajudar nas etapas mais complicadas. Danilo Napolitano mostrou-se forte nas chegadas em pelotão compacto na Volta a Portugal, sinal de que a sua forma está a melhorar e portanto vitórias em etapas serão o seu objectivo. Ballan é um corredor que pode facilmente ganhar uma etapa numa fuga como já o provou no Tour deste ano numa etapa em que acabou em 3º, veremos se terá melhor sorte agora.

Liquigas - não há muito para dizer sobre esta equipa. Vem para a Vuelta totalmente focada nos sprints de Daniele Bennati e não trás mesmo ninguém capaz de discutir o que quer que seja na alta montanha. Pozzato deverá ter alguma liberdade no seio da equipa para procurar uma fuga que lhe proporcione uma vitória em etapa.

Quick Step - não há mesmo qualquer diferença entre a Liquigas e a Quick Step. O que a Liquigas fará para Bennati é o que a Quick Step vai fazer para Boonen e o papel que Pozzato vai ter na Liquigas será o papel que Bettini vai desempenhar na Quick Step. À primeira vista a única diferença poderia residir no facto da Quick Step ter Juan Manuel Garate mas, na minha óptica, não creio que o ciclista espanhol venha a ter um grande protagonismo. Prometeu muito há cerca de 4/5 anos mas depois acabou por não confirmar as expectativas depositadas nele.

Rabobank - Freire para os sprints, Gesink para a geral. O sprinter espanhol é um sério candidato à vitória de algumas etapas mas pode-se especular se ele vai terminar a Volta a Espanha ou não. O que eu penso é que se Freire tiver a camisola dos pontos à entrada para a 3ª semana não desistirá, caso contrário, os mundiais deverão falar mais alto. Noutra perspectiva temos Robert Gesink, este ciclista holandês já provou ter um enorme valor tanto na montanha como no contra relógio e terá a responsabilidade de liderar uma das equipas mais reputadas do pelotão. Tem qualidade para isso, não creio que tenha a experiência e o facto de enfrentar as subidas desapoiado pode pesar na sua classificação final. Um top 8 estará ao alcance deste ciclista mas acho difícil conseguir muito mais.

Silence Lotto - esta equipa resume-se a Yaroslav Popovych. Tal como Damiano Cunego foi um fiasco na Volta a França mas está agora aqui para se redimir dessa má prestação. Um top 10 creio que já deixaria contente tanto o ciclista ucraniano como o manager da equipa belga. Quanto ao resto da equipa poderá procurar uma vitória em etapa aproveitando as fugas, apesar de não ser nada fácil.

Milram - esta equipa também se resume a ajudar Erik Zabel a conseguir vitórias em etapas. O sprinter alemão acabou por conseguir salvar a participação da equipa no Tour com vários lugares de destaque em algumas etapas pelo que constitui a principal esperança para a Milram sair da Vuelta com uma ou mais vitórias no bolso. O resto da equipa terá como função ajudar Zabel a atingir os objectivos com Grivko a ser o que mais se destaca deste lote. É um ciclista completo que entrando em fugas não é fácil de bater.

Tinkoff - a equipa russa trás para esta Vuelta bastantes ciclistas de grande qualidade. Ignatiev é dos melhores contra relogistas aqui presentes e, se estiver em grande forma pode ser uma surpresa na geral. Evgeny Petrov deverá querer redimir-se da má Volta à Itália que fez, pelo que um top 10 não é nenhuma utopia para o russo, se se apresentar em boa forma. Kiryienka e Brutt são dois corredores do mais combativo que há como ficou provado com as suas duas vitória (uma para cada um) no Giro deste ano. Nicolay Trusov é um ciclista muito rápido com vários resultados de relevo não só na estrada como também em pista pelo que constitui uma icógnita saber o que poderá fazer.


2 comentários:

Anônimo disse...

Só um reparo: O Popovich é ucraniano, não russo.

Anônimo disse...

Obrigado pela correcção.