quarta-feira, setembro 10

Lance Armstrong, O Regresso

Sei que este tema já foi aqui abordado mas não podia deixar de exprimir o que penso deste regresso que constitui um marco histórico no ciclismo.

Em primeiro lugar creio que este regresso peca por tardio mas, se eu fosse Lance Armstrong, já não o faria. Sei que este é um ponto paradoxal do meu discurso pelo que passo a explicar: Armstrong retirou-se em 2005 e, no ano imediatamente a seguir, a Volta a França foi a mais fraca de que eu me lembro de assistir. Basta dizer que Landis era um gregário nos tempos de Armstrong e que Pereiro lutava por entrar no top 10. Não tenho dúvidas quando afirmo que Lance teria vencido esta Volta se tivesse participado. Perante esta "pobreza" o seu regresso era possível e pertinente mas decidiu continuar na inactividade; esta era a altura ideal para o americano fazer o seu regresso ao ciclismo profissional. Caso tivesse competido em 2007 ter-se-ião verificado algumas alterações na história do Tour:
- Rasmussen talvez não tivesse sido desclassificado - como se sabe os franceses não gostam de Armstrong e, sendo Rasmussen o único capaz de o bater na altura, provavelmente não o teriam excluído;
- Armstrong e Rasmussen teriam proporcionado uma das mais interessantes rivalidades da história do Tour. O dinamarquês estava terrivelmente forte na montanha, mais forte até que Lance. Por outro lado o americano, fortíssimo no contra relógio, iria fazer diferenças nesta especialidade. Em suma, todos os ingredientes para uma competição de sonho.

Infelizmente isto não se verificou e é agora, em 2008, que o melhor de sempre (na minha opinião) regressa à estrada. Como escrevi em cima eu já não regressaria à competição porque, em primeiro lugar, não creio que Armstrong esteja 100% seguro de que as suas capacidade não foram afectadas com mais 3 anos em cima; e também já que a sua despedida foi efectuada com a 7ª vitória na Volta a França: ou tinha regressado em 2007 para ganhar 10 Voltas a França, ou deixava-se estar quieto porque ganhar 7 ou 8 pouca diferença faz no estatuto que já conseguiu.

Posto isto, regressar em que equipa: Astana, sem dúvida. Porquê? Ora bem, o seu estatuto permite-lhe ser o líder de qualquer equipa que participe no Tour. A experiência que Contador adquiriu ao longo destes 2 anos aliada à sua qualidade fazem com que ele seja a principal ameaça à 8ª conquista de Armstrong. Ao ir para a mesma equipa de Contador limita a sua concorrência fazendo com que a sua tarefa fique muito mais fácil.

P. S. Aqui fica o link com toda a informação sobre o Tour de l'Avenir, no qual o português Rui Costa está na 7ª posição.

2 comentários:

Anônimo disse...

Rui Costa terceiro no contra relógio está no sexto lugar da geral. A prova dos nove será no próximo sábado com a única etapa com montanhas de primeira categoria (três), sendo a última na meta. Etapa idêntica à Sra. da Graça.

SempreNaRoda disse...

Gostava de ver essa corrida no sábado, mas nos sites onde costumo encontrar live streams nao consegui nada...